Parlamentares de sete partidos defenderam que deputados alvos dos pedidos de abertura de inquérito feitos pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deixem a CPI da Petrobras. O pedido foi feito inicialmente por PSol e PPS e durante a sessão desta terça-feira manifestaram-se nesta mesma direção deputados de PMDB, PT, PSDB, DEM e PSB. Há na CPI dois integrantes que estão na “lista de Janot”, Lazaro Botelho (PP-TO) e Sandes Júnior (PP-GO). Cabe ao partido retirar a indicação, mas os parlamentares defendem pressão sobre o PP para por fim a essa situação.
“É evidente que quem está sob investigacao não pode integrar CPI que tem por finalidade investigar. Se permanecer até amanhã (quarta-feira), PSDB tomará medida e representará na Corregedoria para que seja feito um parecer” afirmou o líder tucano, Carlos Sampaio (SP).
O deputado Ivan Valente (PSol-SP) foi além e afirmou que se a situação não for resolvida até a próxima semana vai acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) por meio de um mandado de segurança. Pedirá ainda a extensão da decisão ao Conselho de Ética da Câmara.
“Há um quase consenso de que as pessoas devem se retirar. Se não acontecer até semana que vem, vamos ao STF para afastamento tanto do Conselho de Ética quanto da CPI”, afirmou Valente.
A deputada Maria do Rosário (PT-RS) pediu que o presidente da CPI, Hugo Motta (PMDB-PB), procure o líder do PP, Eduardo da Fonte (PE), para pedir a retirada. Motta e o relator, Luiz Sérgio (PT-RJ), destacaram que a decisão cabe à liderança daquele partido.
“Nem o presidente nem eu como relator temos poder de substituir membros. A cobrança tem de ser feita sobre quem tem esse poder de substituir ou não deputados indicados”, disse Luiz Sérgio.
Único representante do PP a se manifestar, o deputado Ricardo Barros (PR), não abordou o tema diretamente. Procurou reforçar em sua fala que os pedidos são apenas de abertura de inquérito, havendo a possibilidade de que no futuro a própria PGR peça o arquivamento.
“Aqui não há réus. Todos os parlamentares podem ter ao longo de algum tempo arquivados os pedidos por falta de prova”, disse Barros.
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