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Como os deputados estaduais terão de se posicionar sobre eventuais projetos de construção de usinas hidrelétricas no Paraná, a Assembléia Legislativa serve de palco hoje para o primeiro grande debate sobre a necessidade e os impactos de uma barragem no Rio Tibagi. No plenarinho, a partir das 8h30, tendências prós e contra a obra estarão apresentando argumentos. Os parlamentares são o público-alvo, já que a Constituição Estadual exige que a construção de usinas tenha o aval da Assembléia.

O evento é coordenado pela Frente Parlamentar de Acompanhamento de Construções de Barragens no Paraná, composta pelo deputado estadual José Maria Ferreira (PMDB), presidente e também pelos deputados Padre Paulo (PT), Luciana Rafagnin (PT) e Augustinho Zucchi (PDT). Durante o evento, representantes da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) irão apresentar os planos para a bacia do Rio Tibagi e a fase de análise do impacto ambiental, respectivamente. Prefeitos e lideranças políticas das cidades que estão envolvidas na polêmica também terão direito à voz. "A idéia é esgotar o tema", declara José Maria.

Segundo o parlamentar, será discutida a necessidade de novos investimentos na produção de energia e quanto o Paraná já contribuiu para o abastecimento do país. "Até quando o Paraná pode suportar esses impactos ambientais", indaga o peemedebista. A preocupação é ampliar o debate porque a intenção do governo federal é realizar leilões para a construção de hidrelétricas já em dezembro.

O deputado estadual Barbosa Neto (PDT), que representa parte da região da bacia do Rio Tibagi também está bastante envolvido com o assunto. "Da forma como está, sou contrário", conta. O parlamentar alega que o Paraná já colabora muito com o desenvolvimento nacional, exportando energia. "O estado não pode carregar sozinho esse fardo", afirma. Ele defende a aplicação de mecanismos alternativos e cita um investimento recente, realizado na cidade gaúcha de Osório. Trata-se de um parque de energia eólica (produzida pelo vento), que está gerando 120 megawatts e 500 empregos.

Para o pedetista, precisa ser analisado o passivo ambiental que as próximas gerações terão de arcar, com a eventual construção de uma usina no Rio Tibagi. "Pode ser o maior crime ambiental do século 21 no Paraná", especula. Para Barbosa Neto, existem outras formas – além de royalties – para desenvolver uma das regiões mais pobres do estado, como o turismo ecológico. Como a legislação já prevê que se evite a construção de grandes usinas, o deputado avalia que o momento é ideal para discutir soluções. "É uma atribuição do Legislativo e a discussão tem de passar por esta Casa", acredita.

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