Brasília (Folhapress/AG) Os deputados que disseram ter as linhas telefônicas grampeadas descartaram a possibilidade de as escutas serem patrocinadas pelo governo.
Para o deputado Ricardo Izar (PTB-SP), nem o governo nem a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) instalariam um grampo para investigar deputados. "Não tenho idéia de quem se interessa por esses grampos. Tenho certeza de que não seriam do governo ou da Abin", afirmou Izar.
Antônio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA) afirmou não acreditar que o governo esteja por trás da instalação de grampos, mas disse ter tido informações de que a Abin investiga sua atuação e os telefonemas do deputado Eduardo Paes (PSDB-RJ). O deputado tucano relatou que um parlamentar do PT mostrou documentos que apontariam investigações semanais feitas pela Abin contra ele e ACM Neto.
O relator da CPI dos Correios, Osmar Serraglio (PMDB-PR), que também suspeita de ter tido o telefone grampeado, pediu ao delegado da Polícia Federal André Luiz Martins Epifânio que rastreie suas linhas telefônicas fixas e móveis. Segundo o deputado, as ligações estão sendo interrompidas enquanto fala e, quando liga para alguém, escuta outras pessoas falando. "Alguma coisa está acontecendo: ou é técnica ou estou sendo monitorado", disse.
Além do seu telefone, Serraglio pediu que sejam rastreados os dos sub-relatores da comissão.
Processo
Serraglio afirmou que, se for confirmado que os telefones estão grampeados, vai processar os responsáveis pela interceptação. Ele disse que fez o pedido ao delegado por telefone, mas que enviará ofício para formalizar a solicitação. O Departamento de Polícia Legislativa da Câmara dos deputados informou que não encontrou qualquer tipo de grampo nos telefones do Conselho de Ética. A varredura foi feita a pedido do presidente do Conselho, Ricardo Izar (PTB-SP). No entanto, as investigações nos telefones dos parlamentares vão continuar. Para o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), a suspeita de grampo nos telefones de parlamentares é um assunto de polícia. Ele afirmou que o Ministério da Justiça e a PF serão acionados assim que houver manifestação oficial dos deputados.
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