A Assembleia Legislativa aprovou ontem, por unanimidade, um convite para que o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, venha ao Paraná e explique os motivos pelos quais o estado não consegue ter acesso a uma série de empréstimos. A tendência, porém, é que um grupo de deputados vá até Brasília para uma audiência com Augustin. Ele já teria dado sinal verde à bancada do PT no Legislativo estadual para agendar a reunião.
Apresentado pelo deputado Luiz Claudio Romanelli (PMDB), o convite foi aprovado por unanimidade. No documento, o parlamentar argumenta que a Secretaria do Tesouro Nacional (STN) vem colocando entraves burocráticos para liberar R$ 3,4 bilhões oriundos de cinco pedidos de empréstimo, deixando o Paraná como unidade da federação menos favorecida pela União. Ao comentar o assunto, o peemedebista voltou a dizer que o estado é discriminado de maneira deliberada. "Está claro que uma mão invisível [que segura os empréstimos] é do senhor Arno Augustin. As outras mãos, cada um sabe quem são", afirmou, numa clara referência à senadora Gleisi Hoffmann (PT), pré-candidata ao governo estadual.
Já o líder do PT, Tadeu Veneri, telefonou à STN e recebeu como resposta que Augustin se dispõe a receber os deputados paranaenses. Hoje, devem ser acertados o dia e o horário do encontro. O petista, no entanto, declarou que o problema do estado está aqui, e não em Brasília. "Acusar os ministros do Paraná é um factoide criado pelo governo do estado, que precisa é explicar como chegou a uma dívida de R$ 1 bilhão. Nós podemos ir a Brasília, mas vamos descobrir que o problema não está lá, e sim bem aqui do outro lado da rua", alfinetou.
Diante do acordo, Romanelli adiou a apresentação de um pedido de instalação de Comissão Especial de Investigação (CEI) a respeito do caso.
O principal empréstimo da discórdia é o Proinveste, no total de R$ 817 milhões, ao qual apenas o Paraná não teve acesso, mesmo amparado por uma liminar do Supremo Tribunal Federal (STF). A STN alega que o estado descumpre o limite máximo de despesas com pessoal e o limite mínimo de despesas com saúde. Já o Executivo local afirma que atende a todos os requisitos legais necessários e, por isso, já requereu nova liminar ao STF.
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