As bancadas estadual e federal do PMDB no Paraná vão defender o apoio ao candidato Geraldo Alckmin (PSDB) à Presidência da República, caso o partido decida não lançar candidato nacional. O apoio pode contrariar o governador Roberto Requião, que ainda não se posicionou oficialmente, mas tende a apoiar a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O PMDB do Paraná tem hoje 10 deputados federais e 13 estaduais. O apoio a Alckmin ainda não é uma posição oficial da bancada e nem todos os deputados assumem a proposta, mas uma consulta interna entre os parlamentares indica que 90% deles preferem apoiar o candidato tucano. "Alckmin poderá subir em qualquer palanque no Paraná, menos no do PT", disse o deputado estadual Alexandre Curi (PMDB), um dos defensores da idéia.
Curi afirma que são posicionamentos individuais que podem resultar em uma proposta ao diretório estadual. Mas o grupo de peemedebistas-tucanos já pediu ao presidente do diretório regional do PSDB, Valdir Rossoni, que marque uma conversa com o presidente nacional do PSDB, Tasso Jereissati, para falar sobre o apoio.
O interlocutor dessa conversa será o presidente do diretório regional do PMDB, Dobrandino da Silva. Mais reservado, Dobrandino diz que será uma conversa comum. "Vamos conversar com todos os partidos. Estamos em aberto para decidir por esse ou por aquele partido", disse.
Mesmo que o PMDB indique o vice do PT na chapa nacional, Dobrandino acredita que no Paraná essa aliança não deslancha, já que a maioria dos militantes e parlamentares apoiaria de fato o candidato tucano. Nem mesmo a liderança do governador no partido seria capaz de modificar a posição dos parlamentares do PMDB. "Não sou obrigado a votar em quem ele (Requião) exigir", disse o presidente do PMDB local, sobre o possível posicionamento de Requião a favor do PT.
Segundo Dobrandino, Requião sabe da posição dos deputados, porém ainda não disse se concorda ou não. Caso a conversa esteja sendo feita com o aval de Requião, a possibilidade de aliança entre os dois partidos no Paraná aumenta. Parte da bancada tucana na Assembléia também apóia essa aliança no estado.
Valdir Rossoni (PSDB), líder da oposição na Assembléia, diz que fica contente com o apoio do PMDB. "Todo apoio é bem-vindo. O Alckmin já está bem no Sul, e isso só ajuda", disse.
O governador Roberto Requião, assim como Dobrandino, defende a candidatura própria do partido à presidência, mas a tendência do PMDB nacional é não lançar candidato e deixar os estados liberados para as alianças locais. A ala governista nacional defende a aliança com o PT, com a indicação do candidato a vice-presidente.
Depois de tecer diversas críticas sobre a política econômica de Lula nos últimos dois anos, Requião vem amenizando o discurso e voltado a fazer elogios ao petista, que apoiou nas eleições de 2002. O presidente do diretório estadual do PT, André Vargas, acredita, porém, que o governador apóia a articulação dos deputados do PMDB. "Ninguém faz nada no PMDB sem o Requião saber. Esse é um comportamento fiel e de agradecimento de Requião, que tem seus próprios conceitos de ética", ironiza Vargas.
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