A CPI da Petrobras, considerada de extrema importância entre os próprios parlamentares, tem sido marcada pela presença de novatos, que nunca participaram de uma comissão com essa visibilidade. Dos 27 deputados titulares e 27 suplentes, apenas 10 (18%) têm experiência em CPIs. A opção por novatos não é à toa. Sem experiência, eles podem ser mais facilmente influenciados pelos líderes partidários – que os indicam –, uma vez que os principais partidos, sobretudo os da base de apoio ao governo, têm nomes envolvidos na lista que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou ao Supremo Tribunal Federal como supostos beneficiários do esquema de propinas.
O próprio presidente, Hugo Motta (PMDB-PB), apesar de estar em segundo mandato e de ter presidido na legislatura passada a Comissão de Fiscalização da Câmara, nunca atuou numa investigação, mas tem conversado com o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), sobre as decisões da CPI.
Deputados com mais tempo de mandato afirmam, nos corredores, que a escolha de Motta se deu justamente para que Cunha, que é suspeito de participar do esquema de propinas, possa influenciar os rumos da CPI. O presidente da comissão nega.
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