A criação de 43 cargos em comissão para o governo do estado foi o principal tema da sessão de ontem na Assembléia Legislativa. O Executivo incorporou ao projeto de lei que cria 37 cargos de diretores-gerais de penitenciárias a abertura de mais quatro vagas de coordenadores de regiões metropolitanas e dois secretários especiais. Como a proposta não previa o impacto financeiro dessas novas funções, nem para quais finalidades algumas delas estavam sendo criadas, os parlamentares resolveram retirar o projeto da pauta para que esses dados fossem incluídos. Hoje, o assunto deve retornar à votação.

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De acordo com o deputado estadual Valdir Rossoni (PSDB), somente os seis cargos que seriam votados ontem custariam mais de R$ 70 mil por mês aos cofres do governo. Na conta, não estão incluídos os 37 diretores penitenciários, que recebem salário de R$ 5.251,03. Os coordenadores das regiões metropolitanas de Londrina, Maringá, Cascavel e Curitiba e os dois secretários especiais teriam remuneração mensal de R$ 11.915,44 (salário de secretário estadual), segundo Rossoni.

"Todos esses cargos poderiam ser votados em fevereiro. Não precisaria de convocação extraordinária agora", disse o tucano. "Acredito que o que querem é acomodar os companheiros políticos. Usam o assunto segurança para comover, com a situação das penitenciárias, e incluem outros cargos", afirmou o deputado.

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Segundo ele, os novos cargos servem para acomodar aliados políticos. "Esse é o resultado da última eleição. O custo dos não-reeleitos aparece agora", disse Rossoni. A deputada Elza Corrêa (PMDB), não-reeleita, por exemplo, deve ser a coordenadora da região metropolitana de Londrina.

No levantamento feito por Rossoni, com os seis novos cargos, mais os dez já existentes e os outros 24 secretários de estado, o governo soma 40 políticos recebendo acima de R$ 11 mil. "Daqui a pouco teremos de fazer um curso para saber o nome de todos", provocou.

Para o deputado Durval Amaral (PFL), a criação de novos cargos é um absurdo. "Os tempos modernos impõem cortes de gastos. Mas o governo do Paraná está aumentando a carga e privilegiando determinados segmentos. E olha que o PMDB sempre se disse contra isso. Seria razoável que houvesse austeridade", afirmou.

A retirada do projeto da pauta teve o apoio até de deputados da base governista, como Caíto Quintana (PMDB), ex-chefe da Casa Civil. "Acho justo estudar o impacto financeiro", disse. Já o líder peemedebista na Assembléia Legislativa, Antônio Anibelli, não soube explicar nem a razão de se pedir a criação das vagas de secretários especiais. "Isso se iniciou no governo Jaime Lerner. O estado cresceu e precisa de mais gente. É um novo ciclo de pessoas e quem assume precisa levar seus funcionários de confiança", disse Anibelli, admitindo não saber a finalidade dos cargos. "O governador vai determinar as funções para essas secretarias."

A coordenação da região metropolitana de Curitiba deve ficar com o diretor da extinta Comec, Alcidino Bittencourt. Uma das secretarias especiais, provavelmente, deve ser assumida por Luiz Caron, que pode perder a vaga de secretário estadual de Obras Públicas para um deputado do PSDB.

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