A Assembléia Legislativa do Paraná pode se tornar o primeiro parlamento carbono neutro do país, através de ações que reduzam a emissão de dióxido de carbono, uma das causas do aquecimento global. Essa é a intenção da Comissão de Ecologia e Meio Ambiente, que aprovou na semana passada um requerimento para análise da poluição gerada pela Casa e pretende agir para tornar o Legislativo paranaense um exemplo.
Serão estudadas todas as atividades dos deputados e funcionários e calculada a quantidade de carbono que emitem. A compensação deve ser feita através do plantio de árvores e da economia de energia elétrica. "Os grandes problemas globais nada mais são que os problemas locais", afirma o presidente da Comissão, Luiz Eduardo Cheida (PMDB), ex-secretário estadual do Meio Ambiente, sobre o combater ao aumento das temperaturas no planeta. Foi dele a iniciativa de investigar para onde ia o esgoto produzido pelo parlamento, o que gerou no mês passado o início das obras para ligar os resíduos do prédio da Assembléia à rede de saneamento.
Cheida acredita que a Assembléia precisa antes fazer sua lição de casa para cobrar medidas de preservação da sociedade e, a partir daí, causar algum impacto. O deputado calcula que a proposta da Comissão não terá custos. Há a possibilidade do estudo da emissão de carbono ser feito pela Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar).
O destino do lixo, o consumo de energia elétrica, a queima de combustíveis dos veículos, os papéis utilizados, as viagens dos deputados e outras atividades serão investigadas. "Se pego um avião para ir para Londrina, estou colaborando para emitir determinado valor de gás estufa. Se for de carro, a mesma coisa. Tudo vai ser computado", diz Cheida. Após o levantamento mensal feito pela Sanepar, entram em ação atividades de neutralização. "Perguntamos, por exemplo, ao rapaz que serve café por que não usa xícaras, ao invés de copos plásticos. Ele respondeu que só há dez xícaras na casa", diz Cheida.
Para o professor de Engenharia Ambiental da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Eduardo Felga Gobbi, o projeto dos deputados é viável. "É óbvio que tem uma força muito simbólica. A geração de carbono da Assembléia comparada a do Paraná é irrisória", diz. Os números da emissão de carbono no estado, no entanto, não são conhecidos.
Até o final deste semestre, a Comissão de Ecologia e Meio Ambiente quer resolver três problemas da Assembléia Legislativa: a regularização do esgoto, a conclusão do estudo da emissão de gás carbônico e, principalmente, a coleta seletiva de lixo, que não é feita na Casa. Os 42 funcionários que atuam na limpeza de gabinetes misturam o lixo comum com o reciclável.
Para reverter o quadro, a comissão pediu à Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema) que implante na Casa o programa Desperdício Zero, que instalou a coleta seletiva de lixo em 167 municípios do estado.
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