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A iniciativa para dar início a uma investigação do Congresso sobre desvios em emendas parlamentares, na chamada CPI da Navalha, começa a perder força.

Sem a segurança de ter as assinaturas necessárias na Câmara, o grupo de deputados adiou para a próxima semana a apresentação do pedido de criação da comissão, previsto inicialmente para esta quarta-feira (6).

"Nós percebemos que há um contra-ataque fortíssimo que emergiu e corremos o risco, se apresentarmos o requerimento hoje, de não termos a CPI", disse o deputado Júlio Delgado (PSB-MG).

Segundo ele, 173 deputados e 29 senadores deram apoio à iniciativa. São necessários, no mínimo, 171 e 27, respectivamente.

Uma das assinaturas da Câmara, de acordo com Delgado, está incompreensível, o que reduziria ainda mais a margem de segurança. Ele culpa o esvaziamento do apoio a uma manobra do governo.

"O governo teria 10 ou 12 requerimentos pedindo a retirada das assinaturas", afirmou o deputado do PSB mineiro.

Os parlamentares querem mais tempo para aumentar o apoio e estabelecer uma "gordura" que dificulte para o governo enxugar a iniciativa com a retirada de assinaturas de parlamentares.

O ministro de Relações Institucionais, Walfrido Mares Guia, disse que fez uma sondagem informal entre os deputados governistas, que teria demonstrado não haver disposição de se criar uma nova CPI.

Para o ministro, a CPI da Navalha é uma tentativa "inócua" de investigar um tema já "sob os olhos" da Polícia Federal e do Ministério Público.

Mares Guia disse ainda que alguns parlamentares que assinaram o requerimento de criação manifestaram desejo de retirar o apoio.

"Quem gosta de CPI é a oposição. Mas o governo tem todos os instrumentos para fazer a investigação", disse.

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