Brasília - A comissão de sindicância da Câmara Federal que investigou o episódio da "farra" das passagens aéreas não encontrou indícios de envolvimento de nenhum parlamentar no uso indevido de bilhetes aéreos na instituição. Depois de dois meses de investigações, os deputados Marcelo Ortiz (PV-SP) e Mendes Ribeiro (PMDB-RS), relatores da comissão, inocentaram os parlamentares Eugênio Rabelo (PP-CE) e Paulo Roberto (PTB-RS), suspeitos de vender os bilhetes emitidos pela Casa a terceiros.
No relatório, Ribeiro não viu indícios de envolvimento de Rabelo em irregularidades no uso das passagens, por isso recomenda o arquivamento das acusações contra o parlamentar. "No meu relatório não restou comprovada nenhuma alegação contra o deputado. Não tenho como incriminá-lo", afirmou.
Ribeiro disse que uma das ex-servidoras de Rabelo, que havia acusado o deputado de envolvimento na máfia das passagens, desapareceu após as denúncias além de ter as acusações desmentidas por outros servidores.
Em seu relatório, Ortiz também inocenta o deputado Paulo Roberto de envolvimento no episódio das passagens, mas recomenda a abertura de processo contra o parlamentar no Conselho de Ética da Câmara por suspeita de contratação irregular de servidores.
Ortiz viu indícios de que Paulo Roberto empregou em seu gabinete dois funcionários-fantasmas que recebiam vencimentos sem efetivamente trabalhar. Os dois seriam filhos de seu ex-chefe de gabinete Luiz Gustavo Nogueira que, depois de afastado da Casa, teria empregado os seus filhos no seu lugar, sem que os dois trabalhassem. Também há suspeitas de que os filhos de Nogueira tenham repassado parte de seus salários ao parlamentar.
A comissão de sindicância adiou para a próxima quarta-feira a votação dos relatórios.
Processos
A comissão da Câmara investigou a venda de passagens aéreas em pelo menos 30 gabinetes da Casa, mas na maioria constatou a participação apenas de funcionários, por isso não levou muitos casos adiante. Os servidores suspeitos de envolvimento vão responder a processos administrativos.
Outros quatro deputados foram investigados, mas dois processos já foram arquivados e os outros dois devem seguir o mesmo rumo. A investigação sobre a venda dos bilhetes teve início após o presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, e o ministro Eros Grau terem comprado cotas dos parlamentares sem saber, dentro da chamada "máfia" das passagens da Câmara.
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