Parlamentares de oposição que integram a CPI do Mensalão tentam obter assinaturas para prorrogar os trabalhos da comissão. O prazo termina à meia-noite. A deputada Zulaiê Costa (PSDB-SP) está colhendo assinaturas para a prorrogação por mais 30 dias. A idéia é vencer a resistência do governo, que não aceita a continuidade por mais 180 dias, como pede o requerimento da oposição. No meio da tarde desta quarta, Zulaiê tinha 60 assinaturas, enquanto o deputado José Rocha (PFL-BA) já havia conseguido 54 em favor dos 180 dias. Rocha também está com outro requerimento, que prorroga os trabalhos por mais 120 dias e já tem 36 assinaturas.
A disputa da coleta de assinatura já gerou um pequeno mal-estar entre os dois deputados da oposição no Salão Verde da Câmara. Zulaiê pediu que o deputado Jairo Carneiro (PFL-BA) assinasse seu requerimento e ele se negou, alegando que já havia assinado o requerimento do PFL.
- Não vou assinar a sua, já assinei a de 120 dias - justificou o pefelista.
Inconformada, a tucana pegou Jairo pelo braço e levou-o até José Rocha, que também tenta colher assinaturas no Salão Verde. Pediu a ele que dissesse a Jairo Carneiro para assinar também seu requerimento.
- Essa sua é a do PT - avisou José Rocha.
- Que do PT, você está maluco? - reagiu a tucana, justificando:
- Estou tentando é desmascarar o PT e mostrar que eles não querem a prorrogação em data nenhuma.
O deputado Odair Cunha (PT-MG) confirma que o partido só assinará a prorrogação da CPI do Mensalão se o relator, Ibrahim Abi-Ackel, apresentar seu relatório na sessão marcada para as 19h desta quarta-feira e alguém pedir vista.
A CPI do Mensalão pretendia se reunir na manhã desta quarta, mas faltou quórum. O presidente da comissão, senador Amir Lando (PMDB-RO), e o relator, deputado Ibrahim Abi-Ackel (PP-MG), reuniram-se para discutir o impasse na CPI, que pode ser extinta se não forem obtidas as assinaturas a favor da prorrogação dos trabalhos.
A leitura do relatório de Abi-Ackel ficou para a noite desta quarta. O relator disse que o documento está pronto e que pode apresentá-lo, se tiver sessão administrativa. O relatório não confirmará a existência do pagamento de uma mesada a parlamentares, mas transferências de recursos financeiros que configuram o caixa 2.
Abi-Ackel disse que não é essencial a prorrogação do prazo da CPI e afirmou que tudo o que foi apurado até agora está no seu relatório. Ele disse apoiar o requerimento pela prorrogação se houver novidades nas investigações:
- Aceito a prorrogação desde que haja novas linhas de investigação. Eu não vou apresentar café requentado.
O relator explicou por que seu relatório não confirmará a existência do mensalão. Segundo ele, houve transferências de recursos para parlamentares mas eles não foram periódicos, o que configuraria o mensalão denunciado por Roberto Jefferson.
- Eu não quero falar sobre esse assunto porque quanto mais eu falo menos me entendem. Eu não disse que não houve mensalão, é claro que eu reconheço que houve repasses indevidos decorrentes de recursos ilícitos, só que não periodicamente. Houve pagamentos, mas não necessariamente mensais.
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