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A oposição voltou a falar na abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) depois que o presidente do metrô, Luiz Carlos David, faltou a uma audiência pública na Assembléia Legislativa, nesta terça-feira, para dar esclarecimentos sobre o acidente na linha 4 do metrô. Os deputados agora estudam trocar o convite para que David compareça à Assembléia por uma convocação formal. O engenheiro Marco Antonio Buoncampagno, responsável pela obra e que pediu afastamento, também deverá ser ouvido.

De acordo com o deputado Sebastião Arcanjo, do PT, presidente da comissão de Serviços e Obras, os partidos da base aliada do governo tentam barrar as investigações e desqualificar a comissão de representação formada na semana passada para apurar o acidente. A comissão representativa tem dois presidentes, Sebastião Arcanjo (PT) e Waldomiro Lopes (PSB).

- Não podemos tapar o sol com a peneira. A grave denúncia de relação perigosa de um importante dirigente do metrô, responsável pela fiscalização das obras, fez com que houvesse mudança no comportamento da direção do metrô. Há uma estratégia de evitar a investigação e o primeiro argumento que se utiliza é o da desqualificação dos interlocutores - disse Arcanjo.

A audiência pública começou pouco depois das 14h30, foi suspensa antes das 16h e depois retomada. Deputados do PSDB disseram que a comissão não tinha representatividade pelo número pequeno de parlamentares presentes nesta terça-feira. Segundo eles, o grupo não tinha sequer poder jurídico para convocar o presidente do metrô para depor. O deputado tucano, Orlando Morando, negou a tentativa de desqualificar a comissão. Ele disse também que não há sentido de o presidente do metrô participar de mais de uma audiência.

- A comissão de representação foi constituída com a anuência de todos os partidos, inclusive do PT e do PCB do B, que fazem oposição na Assembléia. Por isso, ninguém pode argumentar que foi criada uma figura para dissipar a investigação. David não pode vir aqui responder a uma comissão de representação e depois voltar amanhã para responder a outras perguntas a qualquer outra comissão - disse Morando.

O deputado do PSDB defendeu a convocação do presidente do metrô por meio de uma das duas comissões permanentes da casa, que são a comissão de serviços e obras públicas e a comissão de transportes e comunicação. Waldomiro Lopes defendeu a convocação de responsáveis pelas obras do metrô antes do presidente.

- Há uma luta política. Está claro que uma estratégia dos deputados da base do governo de obstruir qualquer trabalho de investigação - disse Arcanjo.

A comissão de representatividade tem 23 membros das duas comissões permanentes e também de partidos que não participam desses grupos. Representantes dessa comissão estiveram na última sexta-feira com o presidente do metrô e pediram para analisar 14 blocos de documentos, entre eles o edital de licitação da obra e o contrato assinado entre o metrô e o consórcio Via Amarela. Arcanjo disse que não recebeu conforme prometido por David apontamentos diários de segurança nas obras. Segundo ele, todos os documentos ficaram de ser entregues até a noite da última segunda-feira.

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