A Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) divulgou nesta quinta-feira o relatório final sobre a investigação da catástrofe ambiental do Rio dos Sinos, onde foram encontradas 86 toneladas de peixes mortos. O documento revelou que os elementos químicos despejados por seis empresas, já autuadas, somados à poluição provocada pelas prefeituras, que não tratam 95% dos esgotos, provocaram a catástrofe ambiental.
Um fator do incidente foi o represamento do Rio dos Sinos pelo Guaíba, de forma que a sua vazão ficou muito reduzida. O fato de não correr o Rio dos Sinos conduziu a concentração dessas substâncias em um trecho relativamente longo disse o diretor técnico da Fepam, Jackson Muller.
Além disso, o biólogo Uwe Schulz, especialista em qualidade de água da Unisinos, disse que foram encontrados mais de 2,1 mil dutos de despejos domésticos no Rio dos Sinos. As equipes de monitoramento encontraram ainda ausência de vegetação em 1,5 mil pontos nas bordas do rio.
Os nomes de três empresas autuadas pelo desastre foram divulgados nesta quinta. São elas: Utresa, Gelita do Brasil e Três Portos. Outras três companhias entraram com liminar na Justiça e não tiveram seus nomes divulgados. O valor das multas chegou a R$ 1,2 milhão.
A Gelita opera na área de alimentos, em Estância Velha. Já a Utresa é do ramo de tratamento de resíduos, em Estância Velha e Ivoti, e a Três Portos, de Esteio, que é do segmento de papel. As três estariam despejando resíduos poluentes no Rio dos Sinos. Após o anúncio, a Gelita do Brasil divulgou nota dizendo que a empresa não reconhece a acusação.
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