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A ordem de Roberto Requião foi dada ontem, publicamente, ao secretário de Estado de Obras Públicas, Luiz Caron. O governador não gostou das divisórias no espaço de trabalho do sexto andar do prédio que abrigará o Executivo. "Quero tudo aberto para que as pessoas vejam que estamos trabalhando", alegou Requião.

Injustiça – Caron afirmou que o chefe tinha razão, mas se sentiu injustiçado com o comentário de Requião. "Ele tinha de dizer isso para quem era o responsável pelo projeto, não para mim", afirmou o secretário. O espaço vai abrigar a governadoria durante a reforma e ampliação do Palácio Iguaçu.

Araponga – Para Roberto Requião, a última campanha eleitoral foi brutal. "Foi a campanha da tentativa da desconstrução da imagem pessoal do governador, bateram com insistência, criaram fatos, em questões absurdas como a do Rasera (Délcio Rasera, policial civil preso por executar grampos telefônicos)", disse ele, que culpou a imprensa. "A Rede Globo pôs no ar um verdadeiro arsenal da coleção privada (do policial), tentando vinculá-lo a um esquema de violência e espionagem no próprio governo."

Jingle – A música que tocou no início e no fim da cerimônia de posse do governador, na Assembléia Legislativa, foi a de campanha do peemedebista: "Me chama que eu vou, Requião". Como se tratava de uma cerimônia oficial, houve quem saísse reclamando.

Prestígio – Na cerimônia de posse no Legislativo paranaense, apenas 12 deputados, segundo Jocelito Canto, prestigiaram o evento. Um quórum considerado baixo. Já na nomeação de alguns secretários, no novo prédio do Centro Cívico, havia mais gente. Mas não se chegou aos 5 mil populares prometidos por integrantes do PMDB.

Felicidade – O vice-governador Orlando Pessuti (PMDB) era um dos mais felizes durante a posse. Não parava de acenar e comemorar. O sonho de Pessuti é ver Roberto Requião candidato à Presidência da República e ele candidato a governador em 2010.

Grades – Quando assumiu o governo do Paraná em 2003, Roberto Requião mandou retirar as grades que envolviam o Palácio Iguaçu. Agora, que se muda para o novo prédio do Centro Cívico, as grades que o cercavam também foram retiradas. Mas apenas as da frente. As que ficam atrás do local permanecem. É uma garantia a mais de segurança para Requião, justificam membros do governo.

Bolinhas – Adesivos em forma de bolinhas foram distribuídos na entrada do evento na nova sede do governo. Antes da cerimônia, Maurício Requião, irmão do governador, brincava que estava vendendo as vermelhas. Segundo ele, elas tinham se valorizado depois do discurso do governador. Os adesivos dessa cor eram destinados para os familiares do governador e do vice.

Mídia – Algumas pessoas não entenderam o motivo da homenagem que Roberto Requião dedicou ao ex-governador de São Paulo, Cláudio Lembo (PFL). Gente do governo disse que foi por causa de entrevista concedida por Lembo, em que ele criticou as elites dominantes do país. Mas houve quem considerasse que o governador do Paraná encontrou uma forma de aparecer nos jornais da capital paulista.

Semelhança – Requião disse que muitos políticos de esquerda, ou que se dizem de esquerda, parecem constrangidos quando ganham uma eleição. E que, após eleitos, pedem desculpas à direita. "Talvez seja por isso que, segundo dizem, nada mais parecido com o conservador do que a esquerda quando chega ao governo."

Elogio – O governador Roberto Requião fez um elogio ao deputado estadual Rafael Greca (PMDB) durante seu discurso. Greca foi um dos poucos a serem lembrados. O elogio foi feito logo após Requião criticar os que fizeram parte do governo que o antecedeu, de Jaime Lerner. Esqueceu de dizer que Greca foi secretário de Lerner.

Pinga-fogo

Requião preferiu ir de carro da Assembléia Legislativa à rua que passa ao lado da prefeitura de Curitiba, onde marcharam as tropas militares ••• São poucos metros de distância, mas o governador evitou atravessar a praça caminhando ••• Na cerimônia de posse, Requião dividiu a mesa, na Assembléia Legislativa, com o presidente da Casa, Hermas Brandão, e com os deputados estaduais Antônio Anibelli e Alexandre Curi ••• Também estavam na mesa o deputado federal André Zacharow; o presidente do Tribunal de Contas do Paraná, Heinz Herwig; o procurador de Justiça do Paraná, Mílton Riquelme de Macedo; o procurador-geral do Paraná, Sérgio Botto de Lacerda; e o arcebispo Dom Moacir Vitti.

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"Pode mandar desmanchar tudo. Não quero buraco de coelho aqui dentro."

Roberto Requião, durante vistoria às obras da nova sede do governo, no Centro Cívico.

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política@gazetadopovo.com.br

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