Petistas ouvidos pela reportagem dizem que a queda nas intenções de voto para 2014 da presidente Dilma Rousseff, revelada neste domingo (30) pelo Datafolha, ainda que botem o partido em alerta, despertaram um movimento de "solidariedade" à presidente. Segundo a pesquisa, realizada nos dias 27 e 28 de junho, sua taxa de intenção de votos caiu até 21 pontos percentuais. Embora ainda lidere a disputa de 2014, a queda indica que hoje ela teria de enfrentar um segundo turno.

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Já seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, se mostrou bem mais resiliente à insatisfação geral dos eleitores com os políticos. Segundo governistas, o resultado poderia legitimar uma movimentação interna, no PT, pela volta do ex-presidente como candidato no ano que vem.

Questionado se esse movimento ganha força entre petistas neste momento, o líder do PT na Câmara, José Guimarães (CE), afirmou que seria "muito cômodo" endossar esse discurso. "Não imagino que isso irá prosperar. Há um sentimento de muita solidariedade com a presidente. Mas existe também a necessidade de fazer dois grandes deveres de casa: defender nosso legado em todas as áreas, que são muitas, e trabalhar para resolver nossos gargalos", disse.

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Segundo ele, a queda nas intenções de voto é "um dado de momento", focalizada em chefes do Poder Executivo diretamente relacionados às manifestações populares das últimas semanas. "Uma pesquisa com [Geraldo] Alckmin e [Sérgio] Cabral teria a mesma tendência de queda."

O líder do PT no Senado, Wellington Dias (PI), concorda que o alvo de insatisfação principal são os chefes dos Executivos. Na sua avaliação, a queda de Dilma e a oscilação do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB-PE), denotam isso."O povo quer mudança, então quem paga é o governo. Por que eu acho que o Aécio [Neves] não cresceu tanto? Porque ele não está no governo, mas também porque o povo ainda tem lembrança do governo dele", analisa.

Para Dias, a população quer "respostas rápidas". "Se são rápidas, é perfeitamente possível de fazê-las a tempo da eleição do ano que vem", disse.Para Guimarães, o lema do momento, dentro do governo, é "trabalho, trabalho e trabalho". Ao ser questionado se todo esse trabalho poderia perder fôlego em um Congresso deflagrado com o Executivo, respondeu: "O segundo lema é articulação, articulação e articulação".