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A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, anunciou nesta terça-feira a nova estimativa de desmatamento para 2006 e o dado consolidado de 2005. Em relação ao desmatamento de 2005 na Amazônia, a ministra confirmou que foram desmatados 18.793 km2, o que representa uma queda de 31% em relação ao ano anterior. Marina anunciou também uma estimativa para o ano de 2006. A previsão indica que já foram desmatados 10.943 km2, o que representa redução de 11% em relação à estimativa do ano anterior.

A estimativa é feita a partir de levantamento mais simples por imagens de satélite, de modo que o total efetivamente desmatado será maior, quando os números consolidados forem anunciados no fim do ano. Essa redução de 11% é uma comparação entre as estimativas feitas para 2006 e 2005. Com base na estimativa, o secretário de biodiversidade de florestas do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, disse:

- O desmatamento continuará, no pior dos cenários, na faixa dos 18 mil km2.

Caso o ritmo de desmatamento captado pela estimativa seja confirmado, o dado consolidado para 2006 deverá indicar uma redução para cerca de 16.700 km2. O número consolidado, porém, só será divulgado no fim do ano, após um estudo mais detalhado que considera um número maior de imagens de satélite.

Capobianco disse que, considerado o dado de 2005, a área total devastada na Amazônia já atinge 699.625 km2, o equivalente a 17,49% da área total da Floresta Amazônica. Segundo Marina Silva, o empenho do governo é para coibir o desmatamento ilegal. Ela lembrou que os proprietários rurais têm o direito de desmatar legalmente até 20% das propriedades.

O ministério não sabe qual o percentual do desmatamento registrado em 2005 foi ilegal, mas Capobianco afirmou que a maioria das áreas desflorestadas foi vítima de ações ilegais. Segundo ele, o desmatamento feito de forma ilegal já atingiu até 8.000 km2 em anos anteriores.

Marina Silva destacou que o ritmo de desmatamento cresceu 27% em 2002, e que em 2004 foram destruídos 27.000 km2 de floresta. Desse modo, segundo ela, a redução em 2005 e a estimativa de 2006, que aponta no mesmo sentido, são resultado das ações do governo

- É altamente significativo, mas o objetivo é não termos desmatamento ilegal - disse.

Em relação a 2005, Maranhão e Tocantins apresentaram crescimento no ritmo de desmatamento. Em relação à estimativa de 2006, Pará, Amazonas, Acre, Maranhão, Tocantins e Roraima tiveram maior crescimento. Já Mato Grosso, que responde por metade da área devastada, teve redução de 34% em 2006. O Pará, que responde por 1% da devastação, teve aumento de 50% em 2006. Capobianco disse que a situação no Pará preocupa e afirmou que uma das dificuldades de combater o desmatamento na região é que as frentes de devastação vão mudando de área.

Dos 20 municípios que apresentaram maior índice de desmatamento em 2005, quatorze aparecem com redução do ritmo de desmatamento em 2006. O município com maior devastação, no entanto, que é São Félix do Xingu, no Pará, teve aumento de 32% na área desmatada em 2006. A estimativa é feita entre os meses de agosto de um ano e do ano seguinte.

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