O secretário geral do Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo (Sifuspesp), Antônio Ferreira, afirmou que a entidade tem uma lista com os nomes de 10 agentes penitenciários que foram obrigados a deixar suas casas de um mês para cá após terem recebido ameaçados de morte a mando do crime organizado. Segundo ele, as ameaças aconteceram durante o expediente de trabalho, por integrantes de facções que se dirigiram às casas dos funcionários em motos e deixaram recados ou por meio de bilhetes e telefonemas.
- Com medo, os agentes foram para a casa de parentes ou de amigos - disse.
O último caso ocorreu no dia 3. Os funcionários trabalham em Franco da Rocha, Guarulhos, Osasco, na Grande São Paulo, e em municípios da Baixada Santista, como São Vicente.
- Um homem de moto apertou a campainha da casa dizendo que tinha uma encomenda. O agente não apareceu e ele disse que voltaria porque tinha contas a acertar - afirmou Ferreira.
Nesta quinta, após um ato de desagravo contra a falta de segurança, a categoria resolveu pedir audiência ao Procurador Geral de Justiça, Rodrigo Pinho, e ao governador Cláudio Lembo para cobrar empenho nas investigações sobre os recentes assassinatos de agentes penitenciários.
- Se o estado não fizer nada muitos outros tombarão ou terão que deixar suas casas - disse Ferreira.
Para o coordenador do Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH), Ariel de Castro Alves, o governo tem se omitido, não garantindo a vida dos funcionários do sistema prisional. Ele defendeu o porte de arma aos agentes.
- Desde que todos os requisitos do Estatuto do Desarmamento sejam cumpridos - afirmou.
O representante da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Lúcio França, disse que a OAB é contra a entrada de armas dentro das penitenciárias.
- Pode causar ainda mais violência - disse.
Na próxima semana, a categoria vai participar de uma audiência pública na Assembléia Legislativa para discutir a falta de segurança e as ameaças que vêm sendo recebidas pelos agentes penitenciários.