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Pessuti promete coisas para daqui a quatro anos. Mas quem disse que ele vai ser o governador? | Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo
Pessuti promete coisas para daqui a quatro anos. Mas quem disse que ele vai ser o governador?| Foto: Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo

Brasília - O encontro de hoje entre o governador Orlando Pessuti (PMDB) e o presidente Lula, em Brasília, será um marco para as eleições deste ano no Paraná. A reunião deve definir como ficará a composição dos partidos aliados ao governo federal na briga pelo Palácio Iguaçu. Será a cartada decisiva para tentar acomodar PT, PDT e PMDB em torno de uma só candidatura.

Pessuti chegou ontem à capital federal e teve um jantar com o presidente licenciado do partido, Michel Temer. Na conversa, preparou terreno para pedir o apoio de Lula para concorrer a governador. "A ideia é mostrar que estamos alinhados no Paraná com o projeto nacional do PMDB, que é de parceria com o PT", diz o deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB).

Antes da chegada de Pessuti, porém, lideranças no Congresso Nacional preparavam os bastidores para uma possível desistência do peemedebista. A estratégia é compor uma aliança com o senador Osmar Dias (PDT) como candidato a governador. O acordo teria de ser selado antes do encontro com Lula e seria anunciado pelo próprio presidente.

"É óbvio que o Pessuti espera sair da reunião com algo de concreto para informar, mas não vejo a mínima chance de ele desistir", afirma Rocha Loures. O próprio Osmar não vê possibilidade de recuo. Ele e Pessuti tiveram um encontro que durou três horas no último domingo.

"Falamos, falamos e encerramos a conversa como começamos, sem qualquer definição." Ontem, Osmar reiterou que continua candidato a governador, mas impõe uma série de restrições que não devem ser cumpridas. Ele continua querendo Gleisi Hoffmann (PT) como vice e o apoio de PT, PMDB e PP.

"O presidente Lula sabe muito bem do que eu preciso para me candidatar." Entre os pedidos, porém, será atendido apenas com o apoio dos petistas. O PP já anunciou que irá se coligar ao PSDB de Beto Richa e a indecisão no PMDB deve demorar até a convenção estadual do partido, que ocorrerá no final de junho.

"Como é que eu posso confiar que o que for decidido agora com o PMDB não será mudado lá na frente?", questiona o senador. Segundo ele, é nítido o interesse de alguns deputados estaduais do PMDB em apoiar Beto Richa. Alexandre Curi e Luiz Cláudio Romanelli já teriam preparado uma moção para que o partido faça uma coligação com os tucanos, que seria discutida na convenção.

A confusão interna entre os peemedebistas também está ligada ao confronto recente entre Pessuti e o ex-governador Roberto Requião, que deve ser candidato ao Senado. "Não vejo como o Pessuti não vencer a convenção, mas pode sim haver alguma disputa", diz Rocha Loures.

Se não conseguir viabilizar uma aliança para concorrer ao governo, Osmar admite que também terá de concorrer ao Senado. Em maio, ele foi convidado para integrar a chapa de Beto como senador, mas ainda não respondeu à proposta.

Segundo o pedetista, a legislação não deixa claro se ele pode aderir à campanha do PSDB, já que o PDT apoia Dilma Rousseff (PT) na campanha nacional. "Não escondo de ninguém que tenho sido procurado pelo próprio José Serra (candidato a presidente pelo PSDB). Aliás, ontem [segunda-feira] mesmo conversei com ele por telefone."

O assédio de Serra a Osmar e as negociações com o PSDB já teriam chegado ao conhecimento de Lula. A indefinição do senador entre oposição e situação seria um dos motivos que podem levar o presidente a apoiar Pessuti. Ele já adiantou, porém, que não está disposto a subir em dois palanques.

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