A distância entre a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), e o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), nas pesquisas eleitorais caiu oito pontos desde março, indica levantamento do Instituto Datafolha, publicado na edição de ontem do jornal Folha de S. Paulo. A pesquisa de intenção de voto para presidente no pleito de 2010 mostra Serra com 38% do eleitorado, Dilma com 16%, Ciro Gomes (PSB) com 15% e Heloísa Helena (PSol) com 10%.
Na comparação com a pesquisa de março, Dilma subiu cinco pontos porcentuais e Serra caiu três. Na época, a distância entre os dois presidenciáveis era de 30 pontos. Agora, caiu para 22 pontos. A preferência pela petista cresce à medida que a população conhece seu nome. Se em março 53% dos eleitores se disseram familiarizados com Dilma, na última pesquisa, 65% conheciam a ministra. O índice de conhecimento da petista é superior ao do governador de Minas Gerais, Aécio Neves (61%), que disputa com Serra a indicação do PSDB.
O governador paulista, aliás, segue como mais forte representante tucano para a disputa. No cenário em que aparece como candidato do PSDB, Aécio fica na quarta posição, com 14% dos votos, tecnicamente empatado com Heloísa Helena (15%). Com esse quadro, Dilma teria 19% do eleitorado. Caso Serra e Aécio resolvessem disputar as eleições, o paulista lideraria, com 35% dos votos, enquanto o mineiro ficaria na última posição, com 9%. Dilma e Ciro ficariam com 14% cada e Heloísa Helena, com 10%.
O levantamento foi feito entre 26 e 28 de maio, com base em 5.129 entrevistas em 203 municípios de 25 estados. A margem de erro é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos.
Doença
O Datafolha apurou ainda que 81% dos entrevistados consideram que Dilma agiu certo ao revelar seu tratamento contra um câncer linfático. Apenas 8% condenaram a atitude dela. O porcentual de intenção de voto na ministra, aliás, é mais alto entre os eleitores que dizem ter conhecimento a respeito da situação de saúde da petista. Eles são 65% do total de entrevistados. Entre esse grupo, 22% votariam em Dilma e 35%, em Serra. Na média nacional, 16% preferem a ministra e 38%, o governador paulista.
Mesmo assim, a maioria (45%) dos entrevistados consideram boa saúde um quesito "muito importante" para definir o voto. Outros 34% consideram a questão "nada importante". Dezenove por cento acham o tema "pouco importante". Dilma revelou, no fim de abril, que havia retirado um linfoma e teria de se submeter a sessões de quimioterapia.
Avaliação de Lula retoma recorde de aprovação
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), retomou o patamar recorde de aprovação que tinha antes de a crise econômica mundial aportar no Brasil, mostra pesquisa do Instituto Datafolha. O governo é avaliado como ótimo ou bom por 69% dos brasileiros. Para 24% a gestão é regular e, para 6%, ruim ou péssima. O Datafolha indica ainda que a possibilidade de o presidente tentar um terceiro mandato tem a rejeição de 49% das pessoas e o apoio de 47%. A candidatura exigiria a aprovação de uma emenda no Congresso.
Em novembro de 2008, o presidente obteve 70% de aprovação popular. O índice cai para 65% em março de 2009, acompanhando o temor da crise. Na última pesquisa, além de recuperar o índice de aprovação de novembro, o petista retomou a nota média mais alta que já teve, 7,6. A pesquisa aponta que a popularidade de Lula aumentou cinco pontos porcentuais entre os entrevistados com renda familiar mensal de até dez salários mínimos e diminuiu sete pontos entre os que ganham mais do que esse valor.
A popularidade deu impulso à hipótese de o presidente concorrer a uma nova reeleição nas eleições de 2010. O cenário, hoje dividido praticamente meio a meio, era diferente em novembro de 2007. Na época, 65% rejeitavam a possibilidade do terceiro mandato e 31% apoiavam.
O Datafolha aponta ainda que, caso resolvesse se candidatar, Lula seria reeleito em primeiro turno, com 47% dos votos. O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), ficaria com 25% do eleitorado. Sem o terceiro mandato, o tucano lidera todos os cenários da disputa. O levantamento foi feito entre 26 e 28 de maio, com base em 5.129 entrevistas em 203 municípios de 25 Estados. A margem de erro é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos.