Em seu primeiro evento partidário após deixar o governo, a pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, defendeu a continuidade do governo Lula, representada por sua candidatura, e disparou críticas à oposição, que classificou de "forças do atraso" e de atuar como "lobo em pele de cordeiro"."Todos nós juntos acabamos com o tempo da estagnação e abrimos as portas para o crescimento econômico. O povo brasileiro não vai querer voltar atrás", disse em discurso durante cerimônia de posse da nova cúpula do Partido da República (PR).

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Integrante da base de sustentação do governo Luiz Inácio Lula da Silva, a sigla anunciou apoio à candidatura da ex-ministra da Casa Civil. O novo presidente nacional da legenda é o senador e ex-ministro dos Transportes Alfredo Nascimento (AM).

Dilma, que não citou nominalmente os partidos de oposição em seu discurso, acusou os que governaram para os ricos de voltar a excluir os pobres.

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"Estamos juntos para não deixar que o nosso país retroceda, na luta para não deixar que as forças do atraso voltem, na luta para não deixar aqueles que sempre governaram esse país para os ricos voltem para excluir os mais pobres", destacou, argumentando que a qualidade de vida dos mais ricos também melhorou porque o governo, ao aplicar políticas sociais, fortaleceu o mercado consumidor doméstico.

Dilma tem como principal adversário o ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB). O tucano lidera pesquisas de intenção de votos, mas em recente sondagem do Vox Populi aparece tecnicamente empatado com a petista.

Ela também retomou o discurso de que a oposição, que administrou o país de 1995 a 2002, é privatista e acusou os antecessores do presidente Lula de quebrar o país.

"Aqueles que venderam o nosso patrimônio, que quebraram o Brasil, que deixaram nosso povo sem salários dignos e sem renda adequada não serão capazes de levar isso à frente."

E rebateu a oposição, que vem propondo uma visão pós-Lula: "Eles são e sempre foram o anti-Lula".

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Para Dilma, a oposição é um "lobo em pele de cordeiro", pois, apesar de defender a continuidade de alguns programas do governo, já afirmou que poderia acabar com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e alterar a política econômica. O Bolsa Família também já foi alvo de críticas de PSDB e DEM.

"Um dia tentam enganar dizendo que vão continuar o trabalho do presidente Lula, o trabalho que nós ajudamos a fazer. Outro dia mostram a patinha de lobo ao cometerem um tremendo ato falho, e aí criticam tudo, falam mal de tudo", disparou.

Terrorismo eleitoral

A ex-ministra da Casa Civil negou que o seu discurso tenha como objetivo gerar um clima de terrorismo eleitoral ao destacar o suposto risco de a oposição acabar com as políticas do atual governo se sair vencedora na eleição de outubro.

Na quinta-feira, ao se despedir do governo paulista, Serra insinuou a existência de roubalheira na gestão Lula e disse que os governos têm de ter caráter.

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"Não estamos fazendo terrorismo, estamos constatando só", argumentou Dilma a jornalistas após o evento. "Eles governaram para os ricos, foram eleitos para fazer isso e fizeram isso."

No entanto, ela cobrou um debate de alto nível na campanha.

"Nós não podemos aceitar a discussão baixa, a crítica baixa, o desrespeito e a pessoalização. O debate que nós queremos é o de projetos, porque nós temos projetos e propostas", afirmou.

Na entrevista à imprensa, Dilma, que deixou a Casa Civil na quarta-feira para se dedicar à campanha eleitoral, afirmou que poderá participar de lançamentos de obras federais e de inaugurações públicas, mas adiantou que essas atividades não vão dominar sua agenda.

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