A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, é uma das estrelas de um encarte publicitário de 10 páginas da revista norte-americana Foreign Affairs dos meses de janeiro e fevereiro. Ela é apresentada como provável candidata a presidente da República em 2010. Em um trecho do texto, diz: "Não acho que nenhum outro presidente brasileiro tenha dado tanta importância ao etanol quanto o presidente Lula". Não foram mostradas fotos da ministra. Financiado por Embratur, Petrobras, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e empresas privadas nacionais e estrangeiras, o encarte tem fotos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e da presidente da Embratur, Jeanine Pires. O texto fala ainda muito bem da administração do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
"Os bancos brasileiros são sólidos e lucrativos graças à estabilidade criada pelo antecessor de Lula, Fernando Henrique Cardoso. De maio de 1993 a abril de 1994, FHC (como ele é conhecido) foi ministro da Fazenda do Brasil e introduziu o Plano Real para acabar com a hiperinflação. Embalado pelo sucesso de seu plano, ele foi eleito presidente em 1994 e reeleito quatro anos mais tarde. Cardoso foi sucedido em 2003 por Lula, que também foi reeleito; o mandato atual de Lula vai terminar em 2011", diz o texto, apresentado em formato de reportagens sobre distintos temas com o título "Brasil, um gigante acorda".
A Meirelles foi dedicada uma página. Ele defende as políticas fiscal e monetária "conservadoras" que deram ao País recursos para enfrentar a atual crise econômica. A Embratur informou que o "publieditorial" custou R$ 123 mil, apenas à empresa. E que recebeu a proposta da revista Foreign Affairs para anunciar, numa reportagem especial sobre o Brasil, os aspectos econômicos, culturais e turísticos do País para o público específico da revista - formado por integrantes de governos estrangeiros, organismos internacionais, grandes conglomerados privados de atuação global e formadores de opinião, de acordo com a empresa.
A Petrobras informou que optou pelo anúncio porque a revista é uma referência mundial no mercado editorial. A empresa não informou quanto pagou. O Palácio do Planalto informou que as páginas publicadas pela Foreign Affairs são muito semelhantes às do diário britânico The Guardian, que no ano passado fez reportagem especial sobre o Brasil.
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