A presidente Dilma Rousseff determinou ontem, durante reunião com líderes da base na Câmara, que aliados liberem a pauta de votações para a análise da medida provisória que cria o programa Mais Médicos, do governo federal.
Trata-se, na realidade, de uma concessão ao PMDB, que ameaçou, na semana passada, derrubar a MP caso o projeto que trata da minirreforma eleitoral continuasse sendo alvo de obstrução sobretudo do PT.
Os petistas operam para derrubar o projeto e, desde a semana passada, obstruíram durante duas sessões a análise do projeto pela Câmara.
A minirreforma eleitoral trata, entre outras medidas, de acabar com amarras para uso nas campanhas do dinheiro público que financia os partidos, limitar ao "exame formal dos documentos contábeis e fiscais apresentados pelos partidos" na análise de suas prestações de contas, e considera propaganda eleitoral antecipada pronunciamentos que contenham críticas a partidos.
Em quase três horas de reunião, Dilma ouviu queixas do líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), que condicionou a aprovação da MP do Mais Médicos à análise da minirreforma eleitoral. Diante de resistência no próprio partido, Dilma pediu ao PT, junto com demais partidos da base, se comprometesse a votar a minirreforma, mesmo que fosse contra.
Na próxima semana, Dilma deverá se reunir novamente com líderes da base na Câmara e no Senado, desta vez para discutir Marco Civil da Internet. O projeto tornou-se cavalo de batalha da presidente, diante das recentes denúncias de espionagem contra ela e o governo.
Efeito Marina
Durante o encontro, Dilma ouviu muitos comentários sobre a migração da ex-senadora Marina Silva (AC) para o PSB, mas não falou a respeito. Na avaliação de líderes aliados, Marina perdeu mais do que ganhou ao aderir à sigla. "Externamos opiniões, com consenso e sintonia, que o quadro, no momento, favorece a presidente. A redução do número de candidaturas [favorece Dilma]. Quanto menos candidaturas, as chances da presidente se ampliam. Ela não falou, mas todos nós falamos no bate-papo. Ela ouviu, mas não comentou", relatou o líder do PT na Câmara, José Guimarães (CE).
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