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Presidente Dilma Rousseff chega ao Peru para posse de Ollanta Humala | Enrique Castro-Mendivil / Reuters
Presidente Dilma Rousseff chega ao Peru para posse de Ollanta Humala| Foto: Enrique Castro-Mendivil / Reuters

A presidente Dilma Rousseff desembarcou em Lima, no Peru, no início da madrugada desta quinta-feira (28), para acompanhar a cerimônia de posse de Ollanta Humala.

Na chegada, Dilma foi recebida pela comissão presidencial peruana. Quando voltar da viagem, Dilma vai receber a presidente argentina Cristina Kirchner em Brasília.

Dilma participará, na tarde desta quinta-feira, da reunião da União das Nações Sul-Americanas (Unasul). O encontro foi marcado para discutir a necessidade de integração da região, diante dos problemas econômicos enfrentados por Estados Unidos e países da União Europeia.

Dilma permanecerá menos de 24 horas no país. Depois de participar das duas solenidades de posse e transmissão do cargo, no Congresso e no Palácio de Governo, Dilma comparecerá ao almoço com os 14 presidentes que confirmaram presença no evento e da reunião da Unasul, quando o Peru vai reiterar a sua disposição de defender a integração do continente.

Crise

O assessor internacional de Dilma, Marco Aurélio Garcia, citou a importância da reunião da Unasul no momento em que os Estados Unidos e a Europa estão enfrentando graves problemas econômicos. Ele disse que, por isso mesmo, é preciso fortalecer a integração da região. "Não se pode omitir os fatos de que uma crise nos países centrais vai ter consequências sobre nós. Portanto, a unidade da região é fundamental", disse ele, ao chegar ao hotel onde a comitiva está hospedada.

Ele disse que problemas econômicos nos Estados Unidos e na Europa certamente estarão no cenário da reunião da Unasul. "Se tivermos um movimento de recessão muito forte, aqueles países que estão mais centrados nas exportações, e o Peru é um deles, vão se ver comprometidos e vão ter de fazer uma reorientação", observou.

Segundo Marco Aurélio, estes movimentos reforçam a aposta brasileira do governo da importância do mercado sul-americano. "Aqueles que pensavam que a grande solução era aliança com países desenvolvidos em termos comerciais estão se dando conta, aos poucos, que talvez o nosso futuro esteja aqui ou em outros países emergentes como a China ou a Índia", disse. "O continente tem de estar preocupado com a situação mundial porque estamos assistindo modelos econômicos derretendo e com riscos muito grandes para os países que estão se saindo bem no momento atual, a despeito de tudo isso", disse Marco Aurélio, referindo-se ao Brasil. Ele afirmou ainda que não haverá discussão de questões aduaneiras na reunião da Unasul.

Bolsa-Família

Segundo o assessor, a presença da presidente Dilma na posse é importante porque Humala elegeu-se com um programa muito sintonizado com as mudanças que estão ocorrendo na América do Sul e no Brasil em particular. "Nós temos de associar crescimento com distribuição de renda. Não basta só crescer e a população ficar aos Deus dará", disse Marco Aurélio, que se referia à intenção dos peruanos de reforçarem o seu programa de apoio às populações carentes do país.

Hoje, 481 mil famílias peruanas recebem o "Bolsa-Família" local, que se chama Juntos. Mas o programa tem graves problemas de irregularidades com duplo cadastramento de pessoas atendidas. O Peru quer ajuda do Brasil para importar o modelo de cadastro único de benefício e quer encontrar uma porta de saída para as famílias atendidas. Hoje, 34% da população do país, que é de 30 milhões de habitantes, vive em situação de pobreza extrema.

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