A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, está em Curitiba para alavancar a campanha da candidata petista à prefeitura da cidade, Gleisi Hoffmann. Os temas locais, no entanto, ganharam pouco espaço na agenda da ministra, sendo substituídos pelos assuntos nacionais, como o petróleo na camada pré-sal e a criação de uma nova estatal para cuidar do setor. A evasão escolar, por parte de crianças cujas famílias são beneficiadas pelo Bolsa Família também esteve na pauta.
"Nós vemos com naturalidade toda essa cobiça em torno do nosso petróleo. Não há ninguém no mundo que desconheça que o petróleo é algo tão cobiçado que até levou alguns países à guerra, como foi ultimamente no caso do Iraque. É só olhar a história do petróleo e veremos que ela sempre vem acompanhada de conflitos", afirmou a ministra, garantindo que o Brasil não precisará sofrer com isso, pois "o país tem condições, terá dinheiro, força, potencial, e projetos para crescer e crescerá".
Segundo Dilma Rousseff, o petróleo do pré-sal será do Brasil. "Agora, haver o choro e o esperneio, é normal", ironizou a ministra, referindo-se ao fato de haver inúmeros investidores e economistas reclamando da possibilidade de criação nova estatal que cuidará exclusivamente do pré-sal. "O que todos terão de entender é que os benefícios do pré-sal têm de se voltar para a população brasileira em forma de investimentos pesados em educação. Para crescer, um país tem de ter educação de, no mínimo, nove anos, e ter tecnologia de informação e software."
Dilma Rousseff fez questão de frisar que destinar recursos para a educação será a principal diretriz da verba obtida com o pré-sal. "Os recursos do pré-sal são para essa e as próximas gerações. Por isso, o dinheiro tem de ir para a educação, que é a alavanca de desenvolvimento de qualquer país. É preciso melhorar o ensino básico."
Comissão
A ministra contou ainda que o governo federal, por ordem do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, já formou uma comissão que discutirá o tema. Desse grupo fazem parte, além dela, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. "Temos de reconstruir a indústria naval, toda a sua cadeia. Isso gera emprego, novas tecnologias, alimenta a indústria química e de refino do petróleo."
A ministra da Casa Civil afirmou ainda que o modelo regulatório também será discutido e criticou, sem citar nomes, países que não têm petróleo e querem ditar regras. "O que têm de entender é que não estamos mudando regra alguma, pois o petróleo não existia sequer. Agora, não vão tratar óleo leve como se fosse pesado. Há uma enorme diferença nisso", disse Dilma Roussef, com a firmeza de quem está, ao lado de Lula, dando as coordenadas no país, mesmo garantindo que não é candidata à Presidência da República em 2010.
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