No momento em que a relação da base parlamentar governista com a presidente Dilma Rousseff atingiu o ponto de maior tensão em oito meses de governo, a crise do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, com o Congresso americano foi usada de exemplo na reunião do Conselho Político realizadanesta quarta-feira pela manhã no Palácio do Planalto com a presidente, marcada com o objetivo de discutir a crise econômica internacional.
Segundo relato de um participante do encontro, partiu da própria presidente a comparação. Dilma disse aos líderes e presidentes partidários que o exemplo americano é de impasse político, mas que acredita "na maturidade de nossos políticos para enfrentar a crise", relatou o aliado.
Segundo afirmou um deputado da base, o senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) alertou para o perigo político na base e para a necessidade de se ter cuidado com "intrigas" entre os aliados. A presidente ouviu também cobranças. De acordo com um deputado também presente à reunião, o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) lembrou a importância da liberação das emendas parlamentares incluídas no Orçamento da União e as pendências de orçamentos anteriores, o chamado restos a pagar.
No encontro, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, citou a proposta de emenda constitucional que cria o piso salarial nacional, conhecida por PEC 300, como exemplo de gasto público que não deve ser criado neste momento de crise internacional. Na Câmara, há pressão de policiais e bombeiros para a conclusão da votação da proposta.
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