Dilma Rousseff cobrou parceria de Eduardo Campos (à esquerda da presidente) durante a cerimônia de entrega de obras, ônibus escolares e retroescavadeiras em Pernambuco| Foto: Roberto Stuckert Filho / Presidência da República / Divulgação

Dilma anuncia construção de ferrovia em Pernambuco

A presidente Dilma Rousseff sobre as mudanças na infraestrutura do país que serão vistas com o investimento do governo federal no setor. "Nós mudamos completa e totalmente o que vinha acontecendo. Nós iremos mudar ainda mais. Iremos mudar a infraestrutura do País", disse. Dilma anunciou que será feita uma ferrovia em Pernambuco.

"Faz parte de decisão do governo federal de investir pesadamente em infraestrutura", afirmou. Durante o discurso, ela chamou o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, para que detalhasse o projeto. "Fizemos uma primeira parte (de investimento em ferrovias) em torno de dez mil quilômetros, que o governo federal está licitando. Mas agora estamos entrando na segunda fase", disse Dilma.

A segunda fase mencionada contempla a nova ferrovia, anunciada nesta segunda-feira e chamada pela presidente de "integração do interior de Pernambuco com o restante do Nordeste".

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Dilma reúne governadores para discutir pós-seca

A presidenta Dilma Rousseff disse nesta segunda-feira (25) que se reunirá no dia 2 de abril com todos os governadores do Semiárido atingido pela seca, para discutir propostas e ações destinadas a reduzir as consequências da estiagem, que afeta principalmente a Região Nordeste.

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A presidente Dilma Rousseff usou nesta segunda-feira (25) seus quase 50 minutos de discurso em Serra Talhada, no sertão de Pernambuco, para enviar recados a seu provável adversário nas próximas eleições presidenciais, o governador Eduardo Campos (PSB-PE). "Nenhuma força política sozinha é capaz de dirigir esse país com essa complexidade. Precisamos de parceiros. Precisamos que esses parceiros sejam comprometidos com esse caminho", disse a presidente. A presidente também anunciou, de uma só vez, R$ 2,5 bilhões em investimentos no Estado.

Dilma referiu-se ao governador de Pernambuco como "grande parceiro, extremamente respeitado pelo meu governo", mas não o poupou de indiretas.Sem citar nomes, Dilma cobrou "compromissos políticos". "Não podemos esquecer dos compromissos políticos que, ao longo da nossa vida, nós lutamos por eles". A presidente e seus ministros procuraram destacar investimentos federais em Pernambuco, como as obras da refinaria Abreu e Lima e a petroquímica Suape, ambas em construção."Todos esses investimentos que nós fizemos aqui em Pernambuco, se você juntar os investimentos federais e aqueles feitos pelas nossas estatais, chegamos num volume extraordinário de R$ 60 bilhões", afirmou a presidente.

Além de dar publicidade a investimentos anteriores, a presidente anunciou mais R$ 2,341 bilhões para obras hídricas, rodoviárias e no porto de Suape.O governo federal distribuiu aos jornalistas um relatório sobre investimentos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) no Estado, totalizando R$ 3,1 bilhões. Desse total, R$ 2,8 bilhões são federais, frente a R$ 330 milhões do Estado.

Governador

O governador Eduardo Campos amenizou o tom das críticas que vem fazendo ao governo federal. Disse que, no Estado, ela tem um "governador, mas também um companheiro, um amigo". Campos também afirmou que estava recebendo a presidente "com a mesma atenção de sempre", mas salientou que o Estado "ajudou [Dilma] a ser presidente da República".

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Ele citou seu avô, o ex-governador Miguel Arraes (1916-2005), como uma espécie de conselheiro do ex-presidente Lula.Sem especificar nomes, o governador destacou a importância de diálogo com todos ao falar sobre a seca. "A luta do povo exige a capacidade de dialogar, de respeitar as diferenças, de muitas vezes somar os contrários quando está em jogo a vida de pessoas", afirmou.

O pernambucano, que tem se aproximado de lideranças do PSDB, citou indiretamente o governo de Fernando Henrique Cardoso e sua contribuição para a estabilidade econômica do país. "Construímos fundamentos macroeconômicos importantes e depois, com Lula, vimos essas condições fazer o governo chegar aonde não chegava antes", disse o socialista.