Dilma cumprimenta autoridades judaicas durante a cerimônia| Foto: Reuters/Ueslei Marcelino

Ao participar de uma cerimônia em homenagem às vítimas do holocausto, nesta quarta-feira (30) à noite, em Brasília, a presidente Dilma Rousseff comparou a tragédia que levou ao extermínio de seis milhões de judeus com as mortes provocadas pelos anos de ditadura militar no Brasil e com os 300 anos de escravidão. "Não podemos deixar de lado dolorosas lições da vida", disse a presidente, em discurso, ressaltando que esta data precisa ser relembrada sempre, para que "acontecimentos similares" nunca se repitam.

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Dilma se vangloriou da criação da Comissão da Verdade em seu governo, acentuando que ela será uma "arma contra a barbárie". Em sua fala, a presidente também condenou quem nega o holocausto sem se referir explicitamente a países como Irã, cujo presidente Mahmoud Ahmadinejad disse que a tragédia não existiu. "Este período terrível da nossa história se repete quando negam a sua existência", afirmou Dilma. "Negar é repeti-la". Para a presidente, "o mal é banal porque é praticado por seres humanos banais".

A cerimônia foi em homenagem ao embaixador do Brasil na França nos anos de 1940, Luiz Martins de Souza Dantas, que concedeu vistos para o País a judeus e minorias, salvando-os da perseguição. Também foi homenageada Aracy Guimarães Rosa, responsável pela seção de passaportes da embaixada brasileira em Hamburgo, na Alemanha, que ajudou muitos judeus a entrarem no Brasil durante o governo de Getúlio Vargas. Seis velas foram acesas em homenagem às vítimas.

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Rafael Eldad, embaixador de Israel no Brasil leu uma mensagem do presidente israelense, Shimon Peres, se solidarizando com as vítimas da tragédia de Santa Maria, no Rio Grande do Sul. "Fiquei consternado e terrivelmente triste com a tragédia que golpeou o Brasil, Nossos corações estão com vocês nesse momento de luta", diz a mensagem. O presidente da Confederação Israelita no Brasil, Cláudio Lottemberg, por sua vez, lembrou o período difícil que Dilma enfrentou na ditadura, acrescentando que ela "lutou pelo Brasil democrático". A pesquisadora da Universidade de São Paulo Maria Luíza Carneiro, elogiou a presidente, lembrando que "não é fácil educar para cidadania e democracia".