Reunião no dia dos pais
A presidente Dilma Rousseff reuniria ministros e o vice Michel Temer, neste domingo (9) à noite no Palácio da Alvorada, para discutir o esfacelamento da base e o agravamento da crise política. A reforma e a redução do número de ministérios também seriam discutidos. A presidente vem recebendo sugestões para cortar pastas, como forma de sinalizar que está empenhada na contenção de gastos, e de fazer mudanças na estrutura dos ministérios, para melhor representar aliados.
A presidente Dilma Rousseff e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, reuniram-se no sábado (8) com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para comunicar que, nesta semana, seu nome será indicado ao Senado para ser reconduzido ao cargo. Janot chefia o Ministério Público Federal (MPF) há dois anos e permanecerá no cargo por mais dois. A notícia foi dada ao procurador em encontro no Palácio da Alvorada.
“Ela (Dilma) marcou esse encontro para informá-lo da sua postura de acolher o nome eleito em primeiro lugar na lista [do MP]. Informou que tem sempre a postura de respeito à autonomia do Ministério Público. Ela entende que o MP tem o legítimo direito de indicar a pessoa que deve conduzi-lo”, disse Cardozo.
Para ser efetivado no cargo, Janot precisa passar por sabatina na CCJ do Senado. O nome dele será submetido à votação na comissão e também no plenário da Casa. O presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse, logo após a reunião, que assim que receber formalmente a indicação da presidente, agendará a data da sabatina.
Na oposição, o líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), comemorou a indicação de Dilma. Para ele, Janot é peça fundamental para a continuidade das investigações da Lava Jato. “Janot merece nosso reconhecimento, e vamos dar continuidade ao seu trabalho. É preciso manter a política de assepsia para resgatar o prestígio da classe política e fazer com que a sociedade volte a ter esperança. Pelo que tenho conversado no plenário, ele terá uma ampla maioria dos votos.”
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