Oposição
Tucanos aumentam enfrentamento com o PT
Agência Estado
Aliados de José Serra (PSDB) atribuíram as andanças do ex-governador de São Paulo pelo país e as articulações para aproximar o PPS do PSB à estratégia dos tucanos de aumentar o enfrentamento da oposição com o PT na pré-campanha eleitoral. Para eles, o caminho tem sido o correto até agora, pois em várias frentes tanto a presidente Dilma Rousseff quanto o ex-presidente Lula responderam aos ataques da oposição. Serra tem trabalhado para que seu aliado Roberto Freire, presidente do PPS, se aproxime de Campos, sem se importar com o fato de o PSB ter se antecipado a ele na busca pela adesão da ex-ministra Marina Silva. De acordo com um amigo de Serra, tudo está sendo feito dentro do que foi combinado entre o ex-governador e Aécio Neves (PSDB-MG). Pelo acerto, os dois passariam a intensificar os ataques ao governo e ao PT. Em março, de acordo com serristas, Serra e Aécio vão se encontrar e, sem disputas, será definido o candidato ao Palácio do Planalto.
Reserva publicitária
Um dos programas de maior visibilidade do governo Dilma, o Minha Casa Minha Vida ganhou neste ano uma espécie de "reserva publicitária" para o Planalto. Portaria de janeiro do Ministério das Cidades determina que ações de divulgação do programa, inclusive feitas por estados e cidades parceiros, serão "obrigatória e exclusivamente" identificadas com a logomarca do programa.
Convocados
Alguns dos ministros que devem participar da reunião:
Edison Lobão (Minas e Energia) Aguinaldo Ribeiro (Cidades) Aloizio Mercadante (Educação) Alexandre Padilha (Saúde) Tereza Campello (Desenvolvimento Social) Pepe Vargas (Desenvolvimento Agrário) Eleonora Menicucci (Mulheres) Izabella Teixeira (Meio Ambiente) Gleisi Hoffmann (Casa Civil) Miriam Belchior (Planejamento) Ideli Salvatti (Relações Institucionais)
Prefeitos
A ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, revelou ontem, durante encontro com administradores municipais do Rio Grande do Sul, que a presidente Dilma Rousseff mandou um recado aos prefeitos do estado: quer todos juntos com ela em 2014. "Ontem à noite [quinta-feira], saí do gabinete da presidenta e ela me deu uma recomendação quando informei que estava vindo ao Rio Grande: não me deixe escapar nenhum prefeito. Quero todos comigo, trabalhando para melhorar a qualidade de vida dos gaúchos", relatou Ideli.
Dê a sua opinião
Qual deve ser o resultado da reunião de Dilma com os ministros?
Escreva para leitor@gazetadopovo.com.br
As cartas selecionadas serão publicadas na Coluna do Leitor.
A presidente Dilma Rousseff convocou para a manhã de hoje uma reunião ministerial no Palácio da Alvorada com 14 dos seus 39 ministros para elaborar uma estratégia de inaugurações e propaganda sobre as realizações do seu governo com vistas à sucessão eleitoral. Para o encontro, foram convocados ministros das áreas sociais e de infraestrutura, que deverão apresentar o quadro atual de obras e realizações para que seja feita uma avaliação de onde será possível explorá-las politicamente.
A ideia é mostrar que o governo não está parado, crítica comum disparada pela oposição. Além disso, há um incômodo no Palácio do Planalto com a adesão da ex-ministra Marina Silva à candidatura do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, presidente nacional do PSB. Interlocutores da presidente avaliam que seu nome é muito competitivo, ainda mais se a disputa for ao segundo turno. Por isso, a estratégia é trabalhar ao máximo para que a eleição seja liquidada já no primeiro turno.
A preocupação eleitoral fica evidenciada no cuidado com que está sendo estudada sua visita às obras de transposição do Rio São Francisco, marcada para a segunda quinzena de novembro. Dilma quer percorrer alguns trechos de pelo menos dois estados: Ceará e Pernambuco, governado por Campos.
Com a visita, Dilma pretende responder às críticas tanto de Eduardo Campos quanto de Aécio Neves, possíveis candidatos à Presidência. O tucano usou seu último programa do partido na tevê para mostrar trechos onde as obras estão paradas. Já Campos tem dito que é possível fazer mais e melhor.
Visitas
A presidente planeja visitar alguns locais para mostrar parte dos 6,5 mil trabalhadores em seus canteiros e mais de 1,8 mil equipamentos em atividade. Em Pernambuco, quer mostrar obras que ela considera adiantada dos projetos e, assim, alfinetar o concorrente, além de aproveitar para estocar Marina, destacando as preocupações que o governo teve com o meio ambiente, durante as obras. As datas e as cidades a serem visitadas estão sendo definidas, mas a presidente já teria dito que quer passar uma noite na região para mostrar sua inteiração com o Nordeste.
Hoje, Dilma vai cobrar o cumprimento de calendários de projetos, de modo que não sofram atrasos e possam ser lançados neste ano e o ano que vem. A presidente não quer, por exemplo, que haja problemas na concessão dos aeroportos de Confins e Galeão e prepara outros anúncios que podem ser feitos.
O governo quer passar a ideia de que Dilma tem muito a mostrar, seja em obras de mobilidade urbana, seja na área de construção de plataformas de petróleo, entre outras. E que o melhor caminho é ela mesma se deslocar para apresentar as realizações.
Em Foz, Lula evita falar de política e exalta o Bolsa Família
Denise Paro, da Sucursal
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou ontem a enaltecer o programa Bolsa Família e a criticar quem não acreditou na viabilidade da proposta. "Nós queríamos provar que ao invés de crescer [a renda] para distribuir, era preciso distribuir e crescer juntos. E foi o milagre que nós conseguimos fazer nesse país", disse. Lula fez o discurso de encerramento do II Fórum Mundial de Desenvolvimento Econômico Local, em Foz do Iguaçu.
Lula não quis falar de política com a imprensa, mas deixou claro o apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff e à ministra-chefe da Casa Civil Gleisi Hoffmann, virtual candidata ao governo do Paraná. "Eu não posso falar em eleição porque eu fui multado quatro vezes. Eu já tenho uma conta alta para pagar de multa, então não quero falar de eleição senão não vou ter dinheiro para ajudar na campanha da Dilma e da Gleisi".
Em um discurso de quase 50 minutos, o ex-presidente enalteceu pontos positivos de seus dois governos, entre 2002 e 2010. Ele defendeu os pobres e disse que, quando eles têm oportunidades, não são problema para nenhum país.
Educação
Lula ressaltou que o governo dele foi o que mais fez universidades na história do país, um total de 17, e atribuiu o atraso brasileiro à demora para que se criasse as primeiras instituições. Segundo ele, em 1550 o Peru já tinha uma universidade e no Brasil, a primeira universidade foi criada em 1920. "Significa que a coroa portuguesa não dava moleza para a educação. É por isso que nós estamos atrasados se comparados a Uruguai, Argentina, ao Chile e a outros países."