Com a ameaça de retaliações de setores do PMDB, a presidente Dilma Rousseff convocou a cúpula do partido para discutir amanhã a crise que envolve o espaço da legenda na reforma ministerial e os problemas nas alianças estaduais.
Os conflitos foram motivo de troca de farpas entre líderes dos dois partidos durante o feriado de carnaval e aumentou dentro do PMDB a pressão por antecipar a convenção partidária para este mês, decidindo sobre o futuro da sigla nas eleições de outubro, e ainda a possibilidade de derrotas do Planalto no Congresso.
Há quem defenda que o PMDB feche o apoio nacional ao PT, mas libere os estados. A reunião de Dilma com o vice-presidente, Michel Temer (PMDB), os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), foi confirmada ontem durante encontro do ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) com o presidente do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), que contou ao final com a presença do chefe de gabinete da presidente, Giles Azevedo.
Na conversa, Mercadante e Raupp discutiram os problemas entre as legendas. A ideia, segundo o peemedebista, é que os dois partidos cheguem a um entendimento na reunião de amanhã.
Nos estados
Os principais focos de tensão estão nas montagens das candidaturas estaduais, especialmente no Rio e Ceará. As duas legendas só estariam juntas no Distrito Federal, no Pará, em Sergipe e no Amazonas.
O descontentamento com a reforma ministerial e com o tratamento do Planalto levou o PMDB a patrocinar a composição de um "blocão" na Câmara com oito partidos capaz de dificultar a vida do governo em votações.
Segundo Raupp, "o maior problema dentro do PMDB hoje são as alianças regionais". "Essa ansiedade, aflição das eleições que se aproximam e os desencontros do PT e PMDB na maioria dos estados tem que ser conversado com mais profundidade, começar a resolver essas alianças para depois começar uma convivência mais pacífica entre os dois partidos que sustentam a base do governo", disse.
Na quinta-feira, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também entrou em campo e telefonou para peemedebistas pedindo a "pacificação". Dilma e Lula se encontraram e discutiram as insatisfações do PMDB, principal aliado, e acertaram que não aceitariam ultimatos e que pretendiam isolar o líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), que virou porta-voz dos descontentes do partido.
Raupp afirmou que "não cabe ao PMDB ficar pedindo cargos no governo". O Planalto teria acenado com a indicação do senador Vital do Rego (PMDB-PB) para o Ministério do Turismo, que hoje está sob os cuidados de um indicado da Câmara. "A presidente sabe o tamanho que o PMDB tem, que tem sido avalista da democracia todo o tempo, fiel da governabilidade em todos os governos nos últimos 30 anos. O PMDB tem tamanho suficiente para ser respeitado e o governo saber a importância que o PMDB tem. Não cabe a nós apontar que cargo o PMDB vai ocupar", disse.
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