A presidente Dilma Rousseff chegou ontem a Bruxelas para a 5.ª Cúpula Brasil-União Europeia, que começa hoje na capital belga, tendo como um dos objetivos destravar um acordo de livre comércio entre Mercosul e o bloco europeu. A negociação sofre resistências de países como a França, que teme competição para seus produtores e foi interrompida em 2006, para ser retomada apenas este ano. Um dos mercados que a presidente vai tentar abrir na Europa é o setor de serviços. As discussões buscam fechar o acordo no ano que vem.
No primeiro dia de reuniões da cúpula, a presidente vai reiterar a preocupação com a crise econômica internacional. Para o governo brasileiro, a parceria com a União Europeia (UE) seria um dos mecanismos para mitigar os efeitos dos problemas enfrentados pelos países europeus e os Estados Unidos. A presidente já defendeu recentemente, em discursos realizados na Organização das Nações Unidas (ONU) e no Peru, que a crise foi causada pelos países ricos, e não os emergentes.
Dilma deve ainda exigir que o desenvolvimento sustentável faça parte da pauta de discussões da cúpula. Esse assunto será tema da Conferência Rio+20, que vai discutir em maio e junho do ano que vem, no Rio de Janeiro, preservação ambiental e economia verde.
Hoje a presidente deve se encontrar também com o secretário-geral da Federação Internacional de Futebol (Fifa), Jerome Valcke, para debater os preparativos para a Copa do Mundo de 2014. A conversa deve incluir a Lei Geral da Copa, que trata de garantias feitas à entidade do futebol para a realização do mundial de futebol. O texto da lei foi encaminhado pelo governo há cerca de duas semanas ao Congresso. Não há prazo para a votação na Câmara e no Senado.
Amanhã Dilma abrirá a 23.ª edição do maior festival de artes da Europa, o Europalia, que este ano homenageará o Brasil. O evento prevê 130 shows, 60 apresentações de dança e 40 de teatro, 20 exposições de artes visuais e 80 conferências literárias ao longo de três meses e meio, em cinco países Bélgica, Luxemburgo, França, Alemanha e Holanda.
Também está previsto um encontro com o rei Albert II da Bélgica. A presidente depois seguirá para a Bulgária, onde vai conhecer a família do pai dela, Pedro Rousseff, que emigrou para o Brasil. Ela ficará na Europa até o dia 9 e passará também pela Turquia.
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