Grupo de Cachoeira queria recriar loteria do PR

Interceptações de e-mails feitas pela Polícia Federal durante a operação Monte Carlo revelam que dois parceiros do bicheiro Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, planejavam, em 2010, o restabelecimento de uma loteria estadual no Paraná. Um dos envolvidos na conversa é o argentino Roberto Coppola, sócio da empresa Larami, que controlou o serviço de loterias on-line do Paraná entre 2002 e 2004. Em correspondência com o ex-cunhado de Cachoeira, Adriano Aprigio de Souza, no dia 5 de outubro de 2010, ele escreve sobre um suposto encontro para tratar do assunto com o então governador eleito Beto Richa (PSDB).

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A presidente Dilma Rousseff defendeu nesta sexta-feira a apuração de irregularidades, mas se negou a comentar a CPI do Congresso que vai investigar a ligação de políticos e empresas com Carlinhos Cachoeira, acusado de chefiar uma rede de jogos ilegais, por considerar que é um tema do Legislativo.

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"Vocês acreditam mesmo que eu vou me manifestar, além das minhas múltiplas atividades que eu tenho que lidar todo dia, eu vou interferir na questão de outro Poder? Acho que todas as coisas têm que ser apuradas, mas não me manifesto sobre a CPI. Eu tenho uma posição em relação ao governo que vocês conhecem."

A presidente falou a jornalistas na saída de evento no Itamaraty.

Desde o início da discussão sobre a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista, assessores afirmam que Dilma optou por não interferir na criação do instrumento de investigação, o que rendeu críticas de aliados, que ressaltam o perigo de uma CPI para o governo.

O primeiro alvo são parlamentares da oposição, como o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO). Nos últimos dias, entretanto, denúncias que atingem nomes do governo e de aliados foram publicadas na imprensa.

"Não me manifesto sobre esse assunto. A CPI é algo afeto ao Congresso. O governo federal terá uma posição absolutamente de respeito ao Congresso", disse ela mais uma vez.

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Apesar dos riscos das investigações atingirem o governo e o próprio PT, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não escondeu seu papel ativo na mobilização de aliados para criar a CPI e vem até mesmo opinado na indicação de nomes para compor a comissão. Segundo auxiliares do ex-presidente, ele acredita que a CPI tem mais poder de afetar a oposição do que a base aliada.