A presidente Dilma Rousseff defendeu ontem, em seu programa de rádio semanal, "Café com a Presidenta", as políticas adotadas pela Petrobras desde o governo de seu antecessor, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Dilma voltou a afirmar que a companhia incentiva a indústria naval do país por ter adotado política de compras de produtos nacionais.
"Quando o presidente Lula assumiu, ele fez uma escolha que mudou a história. Decidiu que o que puder ser produzido no Brasil, deveria ser produzido aqui. Decidiu também que a Petrobras passaria a priorizar o produto nacional, a fazer encomendas de navios e plataformas em estaleiros nacionais, criar empregos aqui e não lá fora", disse. "Graças à política de compras da Petrobras iniciada no governo Lula e desenvolvida no meu governo, renasceu uma indústria naval dinâmica e competitiva, que irá disputar o mercado com as maiores indústrias navais do mundo."
Pressionada pela oposição por causa da compra da refinaria de Pasadena, no Estados Unidos, em 2006, Dilma tem adotado discurso de defesa da Petrobras. Na semana passada, Dilma deu declarações semelhantes ao inaugurar um navio petroleiro em Pernambuco e, durante a reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, afirmou que a indústria naval, impulsionada pela exploração do pré-sal, chegará a 100 mil trabalhadores em 2017. Hoje são, segundo ela, 80 mil. Há duas semanas, em entrevista a blogueiros, Lula disse que a presidente devia "fazer o debate político" sobre o tema.
CPI
A afirmação do ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli de que a presidente Dilma Roussef "não pode fugir à responsabilidade" pela compra da refinaria de Pasadena reforçou a necessidade de uma CPI, avaliaram oposicionistas. "A CPI não é uma demanda das oposições, mas da sociedade brasileira", disse o senador Aécio Neves (PSDB-MG). Para o líder do PSB na Câmara, Beto Albuquerque (RS), Gabrielli "deu um puxão de orelhas" em Dilma. "Não há como negar que Dilma tem responsabilidade. O Gabrielli botou a bola na marca do pênalti."
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