Dilma exalta "avanços sociais dos últimos 12 anos" em discurso na ONU
A pouco mais de uma semana do primeiro turno das eleições no Brasil, a presidente Dilma Rousseff usou cerca de metade de seu discurso de 24 minutos na abertura na Assembleia Geral da ONU, em Nova York, para falar sobre temas internos, dizendo que seu governo "assumiu a responsabilidade" de combater a corrupção no país e destacando avanços sociais dos "últimos 12 anos", de governo do PT.
Assembleia da ONU em Nova York
Dilma Rousseff falou na abertura na Assembleia Geral da ONU, em Nova York, nesta quarta-feira (24).
Em discurso de abertura da 69ª Assembleia Geral das Nações Unidas, a presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT) assegurou nesta quarta-feira que o seu governo tem empenho em combater a violência contra homossexuais. Dilma também defendeu no seu discurso a luta contra o racismo, conforme antecipou ontem o Broadcast Político, serviço da Agência Estado de notícias em tempo real.
"O mesmo empenho que temos em combater a violência contra as mulheres e os afrobrasileiros temos também contra a homofobia. A Suprema Corte do meu País reconheceu a união estável entre pessoas do mesmo sexo, assegurando-lhes todos os direitos civis daí decorrentes", afirmou Dilma. "Acreditamos firmemente na dignidade de todo ser humano e na universalidade de seus direitos fundamentais. Estes devem ser protegidos de toda seletividade e de toda politização, tanto no plano interno quanto no internacional", disse.
Ironicamente, a presidência da 69ª sessão da Assembleia Geral da ONU é do ministro das Relações Exteriores de Uganda, Sam Kutesa. O país publicou uma lei que previa a condenação à prisão perpétua para os homossexuais que persistissem em suas práticas, obrigando as pessoas a denunciarem os gays e declarando ilegal a promoção da homossexualidade. Kutesa foi eleito por unanimidade para o cargo de presidente da 69ª sessão da Assembleia Geral da ONU, sob protesto de entidades que defendem os direitos de homossexuais.
No início da fala, ao se dirigir ao presidente da 69ª assembleia geral da ONU, Dilma disse que é "grande a satisfação de ver na presidência desta sessão da assembleia geral um filho da África". "Os brasileiros somos ligados por laços históricos, culturais e de amizade ao continente africano, cuja contribuição foi e é decisiva para a constituição da identidade nacional de meu país", afirmou Dilma.
Homofobia
No início deste mês, a presidente indicou que não vai colocar no papel sua promessa de trabalhar pela criminalização da homofobia caso seja reeleita em outubro. Em meio à polêmica sobre as mudanças no programa de governo da candidata Marina Silva (PSB) sobre os direitos dos homossexuais - com a exclusão do casamento gay e da defesa da criminalização da homofobia -, Dilma chegou a defender a proposta de tornar crime a discriminação. Questionada se colocaria isso no papel, a presidente respondeu: "Meu querido está na minha boca", disse a presidente no último dia 8, após sua participação na série Entrevistas Estadão, no Palácio da Alvorada.
Racismo
Ao levantar a bandeira contra a discriminação racial na ONU, Dilma afirmou que o racismo, "mais que um crime inafiançável, é uma mancha que não hesitamos em combater, punir e erradicar". "A promoção da igualdade racial é o resgate no Brasil dos séculos de escravidão a que foram submetidos os afrobrasileiros, hoje mais da metade de nossa população. Devemos a eles um inestimável legado permanente de riquezas e valores culturais, religiosos e humanos. Para nós, a miscigenação é um fator de orgulho", disse a presidente. Dilma também falou sobre o combate à violência contra a mulher em todas as suas formas. "Consideramos o século XXI o século das mulheres", afirmou.
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