Em mensagem encaminhada ao Congresso ontem para a abertura dos trabalhos do Legislativo, a presidente Dilma Rousseff defendeu as primeiras medidas econômicas adotadas em seu segundo mandato e afirmou que os ajustes na área fiscal não vão promover "recessão e retrocesso" no país. A petista disse que as mudanças na economia terão efeito apenas a médio prazo no Brasil.
"Ajustes fazem parte do dia a dia da política econômica. Ajustes nunca são um fim em si mesmo, são medidas necessárias para atingir objetivos de médio prazo, que em nosso caso permanece o mesmo, crescimento econômico com justiça social", afirmou. "Não promoveremos recessão e retrocesso", completou.
Na mensagem, Dilma admitiu que a economia internacional sofreu "instabilidades e incertezas", por isso o governo implementou o ajuste para preservar a economia do país. "Absorvemos a maior parte das mudanças do cenário econômico para preservar o emprego e a renda."
Apesar de ter anunciado um pacote de medidas que reduzem direitos trabalhistas, a presidente negou mudanças no setor. Também negou que as novas regras em benefícios como abono salarial sejam decorrentes de ajuste fiscal. "Trata-se de aperfeiçoamento de políticas sociais para aumentar sua eficácia, eficiência e justiça", disse na mensagem.
Dilma fez um apelo para que o Congresso mantenha a atual política de valorização do salário mínimo, considerada por Dilma medida necessária a redução das desigualdades. Segundo a presidente, as políticas sociais vão continuar a ser prioridade em seu segundo mandato, com correções em "distorções" encontradas em alguns dos programas do governo sem mencionar quais as irregularidades.
"Vamos mostrar que é possível conciliar ajustes na economia corrigindo excessos e distorções de alguns programas sociais, com a preservação de direitos trabalhistas."
Repercussão
A oposição no Congresso classificou como "peça de ficção" a mensagem de Dilma. Congressistas do DEM e do PSDB afirmaram que o texto não expressa a realidade do país, especialmente no campo econômico.
Estreando seu mandato no Senado, José Serra (PSDB-SP) disse que a mensagem se refere a "outro país, possivelmente no hemisfério Norte".
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