Ao discursar na reunião do Diretório Nacional do PT em Fortaleza, na sexta-feira à noite, a presidente Dilma Rousseff defendeu a reforma política como instrumento para o "combate efetivo" à corrupção no Brasil e reafirmou seu compromisso em mudar as regras eleitorais com participação popular. Dilma ainda falou em favor de uma das principais bandeiras da sigla, o fim do financiamento privado das campanhas, que chamou de "semente de um processo incontrolável" que se repete no país.
"Temos um compromisso com esse país, a reforma política. Nada desse combate [à corrupção] se tornará efetivo se nós não fizermos uma verdadeira reforma política no nosso país", afirmou. "E eu, pessoalmente e como presidenta, só acredito em reforma política com participação popular", disse a petista, que defende um plebiscito sobre o tema.
Diante de dirigentes petistas que, antes de sua chegada, cobraram mudanças no governo e acenos à esquerda, Dilma tentou dar seu recado ao prometer melhorias "sem choques". "Jamais podemos ter um projeto que não coloque no centro do desenvolvimento a criação de emprego, melhoria de renda e o aumento das oportunidades", garantiu.
Alguns quadros do PT classificam como "liberal" a escolha de Joaquim Levy para a Fazenda. Na reunião da sigla, setores mais à esquerda criticaram a nomeação. "Governo é governo e partido é partido. Vocês podem criticar à vontade, mas também não exagerem", disse, bem humorada .
Frente à reivindicação por "protagonismo" do PT, Dilma fez questão de dizer que o governo é "do PT e dos partidos aliados". "O governo não é um governo meu, não guardo o governo abraçadinha nele. O governo é dos partidos, do PT, dos partidos da nossa aliança. Temos uma coligação de partidos e o governo é dos movimentos sociais e dos que votaram em mim e não votaram", defendeu.
A presidente ainda conclamou o PT a defendê-la dos "golpistas" que pedem o impeachment dela e até a anulação das eleições. "Esses golpistas que hoje têm essa característica, eles não nos perdoam por estar tanto tempo fora do poder. Temos de tratar isso com serenidade, não podemos cair em nenhuma provocação e não faremos radicalismo gratuito, pois temos a responsabilidade de governar."
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