União gay
Tocando um tema sensível da campanha no Brasil, a presidente destacou que a Suprema Corte "reconheceu a união estável entre pessoas do mesmo sexo, assegurando-lhes todos os direitos civis daí decorrentes".
Assembleia da ONU em Nova York
Dilma Rousseff falou na abertura na Assembleia Geral da ONU, em Nova York, nesta quarta-feira (24).
A pouco mais de uma semana do primeiro turno das eleições no Brasil, a presidente Dilma Rousseff usou cerca de metade de seu discurso de 24 minutos na abertura na Assembleia Geral da ONU, em Nova York, para falar sobre temas internos, dizendo que seu governo "assumiu a responsabilidade" de combater a corrupção no país e destacando avanços sociais dos "últimos 12 anos", de governo do PT.
"A história mostra que só existe uma maneira correta e eficiente de combater a corrupção: o fim da impunidade com o fortalecimento das instituições que fiscalizam, investigam e punem atos de corrupção, lavagem de dinheiro e outros crimes financeiros", disse Dilma, em meio ao escândalo da Petrobras.
"Essa é a responsabilidade de cada governo. Responsabilidade que nós assumimos, ao fortalecer nossas instituições", completou, em referência ao trabalho feito pela Polícia Federal.
"Fortalecemos e demos autonomia aos órgãos que investigam e também ao que faz controle interno do governo. Criamos leis que punem tanto o corrupto quanto o corruptor."
Dilma disse que o governo manteve a solidez fiscal diante da crise e "continuou a distribuir renda, estimulando o crescimento e o emprego, mantendo investimentos em infraestrutura".
"Não descuramos da solidez fiscal e da estabilidade monetária e protegemos o Brasil frente à volatilidade externa", disse. "Resistimos às suas piores consequências: o desemprego, a redução de salários, a perda de direitos sociais e a paralisia do investimento", afirmou.
"O Brasil saltou da 13ª para a 7ª maior economia do mundo e a renda per capita mais que triplicou. A desigualdade caiu."
Dilma destacou que o país reduziu a dívida líquida pública de aproximadamente 60% para 35% do PIB, e a dívida externa bruta em relação ao PIB de 52% para 14%. "As reservas internacionais foram multiplicadas por dez, e, assim, nos tornamos credores internacionais", disse.
A presidente defendeu o controle da inflação no país, que está no teto, dizendo que a taxa "tem se situado nos limites da banda de variação mínima e máxima fixada pelo sistema de metas em vigor no país".
Dilma, contudo, admitiu que a crise global atingiu o Brasil, "de forma mais aguda, nos últimos anos". "Tal fato decorre da persistência, em todas as regiões do mundo, de consideráveis dificuldades econômicas, que impactam negativamente nosso crescimento", afirmou.
Síria
Apesar de não condenar diretamente os ataques dos EUA e seus aliados à milícia radical Estado Islâmico (EI) na Síria, iniciados a dois dias, a presidente disse que o "uso da força é incapaz de eliminar as causas profundas dos conflitos"."A cada intervenção militar não caminhamos para a paz, mas, sim, assistimos ao acirramento desses conflitos", disse, citando a "persistência da questão palestina, o massacre sistemático do povo sírio, a trágica desestruturação nacional do Iraque, a grave insegurança na Líbia, os conflitos no Sahel e os embates na Ucrânia"."Verifica-se uma trágica multiplicação do número de vítimas civis e de dramas humanitários", afirmou.Sem especificar, Dilma disse não ser possível aceitar que "essas manifestações de barbárie recrudesçam, ferindo nossos valores éticos, morais e civilizatórios".A presidente reforçou a posição do Brasil de "condenar o uso desproporcional da força" de israelenses contra palestinos na faixa de Gaza e criticou a "administração precária" da crise na região."Esse conflito deve ser solucionado e não precariamente administrado, como vem sendo. Negociações efetivas entre as partes têm de conduzir à solução de dois Estados -Palestina e Israel- vivendo lado a lado e em segurança, dentro de fronteiras internacionalmente reconhecidas."As crises internacionais foram usadas por Dilma para defender uma "verdadeira reforma do Conselho de Segurança", um "processo que se arrasta há muito tempo"."Estou certa de que todos entendemos os graves riscos de paralisia e da inação da ONU", disse.
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