A presidente Dilma Rousseff (PT) tem discutido dentro do governo a redução no número de ministérios (atualmente, são 39), mas não levará adiante uma reforma na estrutura administrativa enquanto ainda estiver enfrentando a crise política. Segundo ministros, será preciso aguardar um momento de maior calmaria para desencadear o processo de redução de pastas, já que se considera inevitável que a medida provoque contrariedade entre os aliados que perderão seus cargos.
A reforma, no entanto, já começa a ser tratada publicamente. Em entrevista, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou que a presidente não é contrária à redução de ministérios. Nesta segunda-feira (3), indagado sobre o tema após a reunião com Dilma, o ministro da Defesa, Jaques Wagner, disse que o enxugamento da máquina pública e a redução dos gastos do governo são bem-vindos, e que a presidente está traçando cenários com o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa.
“Sobre a fusão e redução de ministérios, diria que é uma preocupação constante de qualquer governo e deste. É sempre positivo você fazer a racionalização da máquina, mas hoje realmente não teve nenhuma discussão objetiva sobre pasta A ou B, fusão dessa com aquela”, argumentou Wagner.
Economia
A vontade de implementar a reforma vem especialmente da equipe econômica, que quer dotar um discurso de redução de gastos. O Ministério do Planejamento vem estudando, há alguns meses, medidas para reduzir não só os ministérios, mas também os cargos comissionados. Vários cenários já foram avaliados.
“Existem diversos cenários em análise, mas nada foi conclusivo até agora”, disse um técnico do ministério.
Na equipe econômica, a avaliação é que esse tipo de medida não representaria uma economia significativa de recursos, mas daria sinal importante de comprometimento com a austeridade fiscal.
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