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Petistas

Lula tem hoje mais chance do que Dilma na sucessão presidencial

Se depender dos eleitores entrevistados pelo Instituto Paraná Pesquisas, o candidato do PT para disputar a Presidência da República em 2014 deveria ser o ex-presidente Lula. Pelo PSDB, o nome preferido é o ex-governador de São Paulo José Serra. Os dois superaram na intenção de votos a presidente Dilma Rousseff e o senador mineiro Aécio Neves (PSDB), respectivamente.

Para 56,43% dos entrevistados, Lula é o preferido numa eventual disputa interna no PT contra Dilma (16,71%). "Isso mostra o carisma do ex-presidente Lula. Se entrasse nas pesquisas, veríamos que Lula ainda é um fortíssimo candidato e pode ser o segundo plano para o PT", observou Murilo Hidalgo, diretor do Paraná Pesquisas. "Se até o fim deste ano a presidente Dilma patinar, os próprios petistas vão pensar nessa possibilidade da volta do Lula", completou. O ex-presidente, porém, tem negado a intenção de concorrer.

Entre os dois principais candidatos tucanos – Aécio e Serra – os eleitores têm mais disposição de votar no ex-governador paulista. Serra foi lembrado por 38,47% dos entrevistados e Aécio por 25,26%. "Esse desempenho do Serra é um recall das duas últimas eleições presidenciais que ele disputou. Mas mostra que ele não está morto e pode até impulsionar a candidatura num outro partido", disse o cientista político Octaciano Nogueira, da Universidade de Brasília.

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Espontânea

Na pesquisa espontânea, quando não é apresentado o nome dos candidatos aos entrevistados, a presidente Dilma é a mais citada, seguida por Lula. O presidente do STF, Joaquim Barbosa, também foi lembrado pelos eleitores.

5,66% é o porcentual de eleitores que citaram o senador paranaense Alvaro Dias (PSDB) como candidato a presidente em quem votariam. Nesse cenário, Dilma ficaria com 36,7%, Marina teria 27,3% e Eduardo Campos, 9,81%.

Se a eleição de 2014 fosse hoje, os eleitores só conheceriam o nome do vencedor da disputa pela Presidência no segundo turno. É o que mostra sondagem de opinião realizada pelo Instituto Paraná Pesquisas em todo o país com exclusividade para a Gazeta do Povo. A pesquisa reforça o levantamento do Datafolha, divulgado no fim de semana, que mostra que a presidente Dilma Rousseff (PT) teria dificuldade para se reeleger, apesar de liderar nos cenários pesquisados.

INFOGRÁFICO: Confira os números da possível disputa pela Presidência da República

Dilma está à frente nos dois cenários que hoje são mais prováveis, com porcentuais de intenção de voto variando de 32,2% a 34,5%. Além de Marina Silva (Rede), que aparece em segundo nos dois cenários, o ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) teve um bom desempenho. Ele está tecnicamente empatado com Marina numa das simulações e teoricamente teria chance de ir para o segundo turno com Dilma. O PSDB trabalha para lançar Aécio Neves (MG), que teve desempenho pior que o de Serra. Mas isso não coloca Serra fora da disputa. O paulista avalia a possibilidade de se filiar a outro partido para concorrer.

Ganhadora

Para o diretor do Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo, o levantamento confirma o momento difícil por que passa a presidente Dilma. "Os números revelam que a pessoa que mais ganhou com as manifestações e protestos foi a Marina e não o PSDB nem o Eduardo Campos [governador de Pernambuco, do PSB], que estão em maior evidência na mídia", avalia. "Marina representa o diferente. Por isso absorveu essa insatisfação das ruas", completa Hidalgo.

O cientista político Octaciano Nogueira, da Universidade de Brasília (UnB), diz que o resultado da pesquisa não surpreende. Campos é menos lembrado porque sua atuação política se restringe a Pernambuco, afirma ele. Nogueira acredita ainda que Marina, pelo fato de não ter experiência como governante, tem desvantagens em relação aos tucanos Aécio e Serra. "Marina é uma candidata para perder a eleição; é uma candidatura ocasional que depois não persiste. A situação dela é favorável porque pode fazer críticas ao governo sem ser criticada", diz Nogueira.

Ele considera normal ainda o desempenho de Dilma nas regiões pesquisadas e nas classes sociais consultadas na pesquisa. A presidente tem mais resistência entre os eleitores das classes A e B e mais aceitação entre os mais pobres. Por região, a presidente continua bem no Nordeste enquanto que, nas demais regiões do país, a diferença de votos para os demais candidatos é menor. "Esse desempenho regional do PT e por classe foi sedimentado na gestão do presidente Lula. São números que se mantiveram", diz o cientista político.

O Instituto Paraná Pesquisas fez um terceiro cenário de presidenciáveis, hoje mais improvável, colocando o senador paranaense Alvaro Dias como candidato do PSDB numa disputando com Dilma, Marina e Campos. Nessa simulação, Alvaro teria 5,66% contra 36,7% de Dilma; 27,3% de Marina e 9,81% de Campos.

O Paraná Pesquisas ouviu 2.550 eleitores em 177 municípios do país entre os dias 24 e 30 de junho – já após o início dos protestos pelo país. A margem de erro é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos.

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