Em um discurso marcado por afagos à senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), a quem chamou de "amiga", a presidente Dilma Rousseff destacou nesta segunda-feira (15) o peso do agronegócio para a economia do País e disse que seu governo "zelou pela parceria" com o setor. "A agropecuária, sem sombra de dúvidas, é um orgulho para o País. Ela produz alimento, proteína animal, aquilo que alimenta os povos de outras nações e sobretudo o Brasil", disse Dilma.
Ela participou nesta noite da cerimônia de posse de Kátia como presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), eleita pela terceira vez. Apesar de inúmeros elogios à peemedebista, quem, segundo Dilma, "honra e orgulha" as mulheres do Brasil com "sua capacidade de trabalho", a petista não anunciou a senadora como a nova ministra da Agricultura. Mas sinalizou que pretende tê-la a seu lado no segundo mandato. "Estaremos muito próximas nesses quatro anos, mais do que nuca", disse Dilma. "Nossa parceria está apenas começando".
A senadora retribuiu os acenos da petista: "A presidente Dilma foi a primeira chefe de governo e se dispor a entender a agenda tão complexa do agronegócio, para além das disputas partidárias". Kátia Abreu, que nos últimos anos saiu do DEM para o PSD e, finalmente, para o PMDB, numa forma de se aproximar de Dilma, foi convidada pela presidente para assumir a pasta. O Palácio do Planalto, no entanto, ainda não oficializou a indicação.
Infraestrutura
Dilma elencou em seu discurso o bom desempenho da agropecuária durante os governos petistas e colocou metas que serão perseguidas no próximo mandato. A presidente disse que, nos últimos 12 anos, a produção brasileira mais que duplicou, sendo que não houve expressivo avanço na área cultivada. Para Dilma, isso mostra o dinamismo da produtividade do setor. "A parceria com a agropecuária está na base do desenvolvimento que queremos", disse a petista.
Ela ressaltou os ganhos do Plano Safra, que na sua versão atual disponibilizou R$ 156 bilhões para o agronegócio. "Somos capazes de fazer a cada ano o maior e o mais completo Plano Safra", pontuou. Por último, Dilma disse que seu governo soube enfrentar e "não fugiu" da regulamentação dos transgênicos.
Para seus próximos quatro anos, Dilma afirmou que é preciso universalizar o seguro safra e melhorar a infraestrutura, com olhar especial para as ferrovias, portos e hidrovias. Nesse quadro, ela colocou como prioritário os investimentos em logística na região Norte, para melhor escoar a safra nacional. "Em meu próximo mandato, o produtor rural não será só ouvido. Quero ele tomando decisões comigo e participando do governo", concluiu.
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