A presidente Dilma Rousseff negou nesta segunda-feira (24) em Bruxelas, na Bélgica, que seu antecessor no Palácio do Planalto, Luiz Inácio Lula da Silva, esteja manifestando insatisfação sobre seu governo a interlocutores políticos e empresariais. Conforme a presidente, Lula "não comentou" nenhum tipo de divergência, nem na gestão econômica do país, nem na articulação política do governo.

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As negativas foram feitas pela presidente em entrevista coletiva concedida em Bruxelas, na Bélgica, onde a comitiva brasileira participou da reunião de cúpula Brasil-União Europeia. Falando a jornalistas brasileiros, a presidente foi indagada sobre as supostas divergências com Lula e negou qualquer ruído entre ela e seu antecessor. "Vocês podem tentar de todas as formas criar conflito, ruído ou barulho entre mim e o presidente Lula, mas vocês não vão conseguir", afirmou.

Sorrindo, em tom de ironia, a presidente contemporizou a seguir. "A imprensa é livre e tem direito de expressão", disse, reiterando: "O presidente Lula e eu não temos conflito, não temos divergências passíveis a não ser as normais", garantiu. Questionada se Lula teria feito algum tipo de crítica ou comentário com ela, a presidente respondeu, encerrando o assunto: "Nunca comentou comigo".

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Conforme a reportagem do jornal Folha de S. Paulo desta segunda, o ex-presidente estaria manifestando a seus interlocutores políticos e no meio empresarial que Dilma precisaria mudar rumos da política econômica e substituir nomes, assim como melhorar as relações com a base aliada no Congresso. Segundo a reportagem, Dilma estaria "divorciada" das classes política e empresarial.

Lula também teria usado a expressão "validade vencida" para se referir à política econômica do governo, o que em longo prazo colocaria a perder os ganhos sociais alcançados desde a chegada do PT ao poder. Apesar das críticas, o ex-presidente não consideraria a gestão de sua sucessora como fracassada, nem teria a intenção de retornar ao cargo, muito menos de substituir Dilma nas eleições de 2014.