Em meio a pedidos de partidos aliados e até de setores do PT pela retirada de sua candidatura para dar espaço à do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a presidente Dilma Rousseff procurou ontem minimizar o coro de "volta, Lula". Em visita à Bahia, ela descartou a possibilidade de abrir mão de disputar a reeleição.
"Este é um ano eleitoral e, em ano eleitoral, é possível que ocorram todas as hipóteses que você conceber e as que você não conceber", respondeu, ao ser perguntada sobre o assunto, em entrevista a emissoras de rádio e TV da Bahia. "Isso é uma situação normal. Não vou me importar com isso."
Dilma garantiu que será candidata, mesmo que perca o apoio de parte dos partidos aliados. "Gostaria muito que, quando eu for candidata, eu tivesse o apoio da minha base. Agora, não havendo esse apoio, a gente vai tocar ela [a candidatura] em frente", prometeu. "Sempre, por trás de todas as coisas, existem outras explicações", completou, sem entrar em detalhes.
"Cores negras"
Dilma encerrou ontem sua viagem de dois dias pela Bahia. Ontem ela esteve em Camaçari, na região metropolitana de Salvador, para inaugurar mais um residencial do Minha Casa, Minha Vida. Durante a cerimônia, focou seu discurso na condução econômica do país, outro alvo frequente da oposição.
"Muitas vezes, se pinta a realidade com cores negras para se aproveitar das circunstâncias", disse a presidente, ao defender a política econômica de seu governo. Ela repetiu o discurso de terça-feira, segundo o qual nos governos anteriores a população mais pobre "pagava o pato" durante os períodos de crise internacional, o que teria deixado de acontecer no governo Lula.
"Quando a crise chegava, eles vinham com a necessidade de fazer medidas impopulares, que significavam o arrocho salarial e a redução do emprego", afirmou Dilma. "Quero dizer que, conosco, não. Não será o povo que paga, porque não é necessário." A presidente ainda defendeu o programa Mais Médicos e alfinetou o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). "Vejam vocês, o estado mais rico do país foi o que mais pediu médicos, em números absolutos", ironizou.
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