A Secretaria de Imprensa da Presidência da República informou que a presidente Dilma Rousseff está acompanhando a crise na Agricultura, mas tem confiança no ministro Wagner Rossi. "A presidente Dilma Rousseff reitera sua confiança no ministro da Agricultura, Wagner Rossi, que está tomando todas as providências necessárias", afirmou a Secretaria de Imprensa.
A oposição cobrou da presidente uma faxina no Ministério da Agricultura, nos mesmos moldes da feita na área de transportes. Para os parlamentares oposicionistas, Dilma não pode proteger o ministro Wagner Rossi simplesmente por ele ser do PMDB e afilhado do vice-presidente Michel Temer. A pressão cresce depois que o secretário-executivo da pasta, Milton Ortolan, caiu após a revelação de seu envolvimento com o lobista Júlio Fróes.
O líder do DEM no Senado, Demóstenes Torres (GO), disse que o objetivo da oposição é conseguir abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito onde consiga investigar as denúncias de corrupção nas diferentes esferas do governo. Ele destacou que a postura diferente de Dilma frente às acusações na área de Agricultura confere à atuação dela no caso do ministério dos Transportes aspectos de jogo de cena.
"O Ortolan é o próprio ministro, é homem de confiança do Wagner Rossi. Eles estão juntos há muitos anos. A presidente tem que dizer se a justiça dela é seletiva porque não dá para dizer que o Rossi está menos comprometido do que estava o Alfredo Nascimento", disse Demóstenes.
Para Duarte Nogueira, líder do PSDB na Câmara, a demissão do auxiliar direto de Rossi reforça a necessidade de investigação. "A demissão é um indício de que há muito mais a ser descoberto e investigado." A intenção dos tucanos é convidar todos os envolvidos nas denúncias a prestar esclarecimentos na Câmara. O PPS, por sua vez, pedirá que Rossi retorne à Câmara e estuda pedir investigação do Ministério Público Federal sobre as suspeitas de fraudes em licitações na pasta.