O pré-candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, revelou nesta quarta-feira (18), em entrevista exclusiva ao Grupo Estado, que tem na presidente Dilma Rousseff uma "conselheira" em sua estreia na disputa eleitoral para um cargo no executivo. Estreante no palanque eleitoral, o petista contou que Dilma o aconselha sempre a "resistir às agressões" dos oponentes. "O desafio é não cair em pequenas armadilhas que desfoquem a atenção do cidadão para o problema que interessa a ele, que é a cidade de São Paulo", afirmou.

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Ao falar da importância em ter a Presidente da República como uma das conselheiras em sua caminhada na disputa pela maior Prefeitura do País, Haddad frisou: "Eu consulto muito a presidenta sobre os próximos passos, para saber como é que alguém que está estreando eleitoralmente se porta diante de situações novas, que foram novas para ela e são novas para mim", contou o pré-candidato petista, numa referência ao fato de que Dilma também foi estreante numa disputa para o executivo, na eleição geral de 2010, na qual derrotou o tucano José Serra.

Embora a presidente diga que se manterá longe das campanhas, em especial em locais onde candidatos da base aliada do governo federal disputam o pleito, como é o caso de São Paulo, que tem o deputado federal Gabriel Chalita como pré-candidato do PMDB, Haddad já estabeleceu linha direta com Dilma. "Conversamos longamente sobre o assunto, até pela coincidência de vivermos uma situação análoga. Ela viveu a sua primeira eleição sendo ministra do Lula, eu estou vivendo minha primeira experiência eleitoral sendo ministro dela e do Lula", disse.

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Apesar da orientação constante de Dilma nos bastidores, o pré-candidato ponderou que, como presidente da República, ela dosará sua participação na campanha em São Paulo. "Ela é quem precisa saber da conveniência para seu governo quanto a manifestar apoio explícito à minha candidatura", observou.

Em alto nível

Durante entrevista transmitida ao vivo pela Rádio Estadão/ESPN, no programa Metrópole, Haddad lembrou a campanha presidencial de 2010, quando temas polêmicos, como aborto, foram levantados no debate. O petista disse que gostaria que a campanha municipal tivesse um nível diferente do último pleito e que espera que o pré-candidato do PSDB, José Serra, adote uma postura mais propositiva.

"Minha sensação é que o PSDB deve ter aprendido com 2010, e isso não sou eu quem está falando, é o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o hoje senador Aécio Neves (PSDB-MG). Eles criticaram a campanha do (ex) prefeito (José Serra) em 2010 e classificaram a campanha como ruim para o próprio PSDB", ponderou Haddad. E garantiu: "Eu quero crer que o PSDB tenha aprendido com isso e nos ofereça uma campanha de melhor nível. Nós faremos uma campanha de excelente nível".

Transparência total

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Questionado sobre a possibilidade de temas como o escândalo envolvendo o bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e o julgamento do Mensalão contaminarem a campanha municipal em São Paulo, o petista defendeu "transparência total" nos dois casos. "Se precisar apurar, apura. Se precisar punir, desde que com Justiça e com base nas provas, que se puna. Não podemos conviver com a impunidade e com a opacidade, com a não transparência da política", pregou.

Para Haddad, os políticos não podem temer que suas vidas sejam expostas à população. "Nós temos de expor a nossa vida com tranquilidade. Se você não tem perfil para servir ao povo, vai fazer outra coisa. Sou a favor da transparência total", acrescentou.

Haddad foi o segundo pré-candidato à Prefeitura de São Paulo a participar da série de entrevistas sobre eleições municipais, promovida pelo Grupo Estado. Ontem (17) a entrevistada foi a pré-candidata Soninha Francine (PPS). Na sexta-feira (20), o entrevistado será Celso Russomanno (PRB). Na próxima semana, serão entrevistados Netinho de Paula (PCdoB), no dia 25, e o peemedebista Gabriel Chalita, no dia 27. O pré-candidato do PSDB José Serra, ainda não confirmou sua participação.