BRASÍLIA e Ouro Preto - A presidente Dilma Rousseff foi eleita uma das 100 pessoas mais influentes do ano pela revista norte-americana Time ao lado de personalidades, como artistas, políticos, pesquisadores e ativistas cujas ideias "iluminam o diálogo e as opiniões dissonantes e algumas vezes até mesmo a revolução". O texto de apresentação sobre a presidente Dilma foi escrito pela ex-presidente do Chile e hoje diretora-executiva das Nações Unidas para a Mulher, Michele Bachelet.
"Não é fácil ser a primeira mulher a governar o seu país. Além da honra que ela [a Presidência] significa, ainda existem preconceitos e estereótipos a enfrentar", destaca Bachelet em seu texto. A diretora-executiva das Nações Unidas disse que esse desafio de governar aumenta a partir do momento em que Dilma Rousseff tem a responsabilidade pela condução política e econômica de um país emergente.
Segundo Michele Bachelet, quando as sociedades começam "a ver a luz do desenvolvimento no final do túnel", cria-se uma onda de otimismo e entusiasmo nos cidadãos. "Mas os desafios se tornam mais complexos e os cidadãos mais exigentes. É ainda mais difícil governar um país tão grande e globalmente relevante como o Brasil", acrescentou a ex-presidente do Chile.
Bachelet ainda lembra que a presidente lutou contra as forças militares durante a ditadura e "tem dedicado sua vida à construção de uma alternativa democrática para o desenvolvimento, igualdade social e direitos das mulheres".
Entre as 100 personalidades da lista estão a chanceler da Alemanha, Angela Merkel; o fundador do site Wikileaks, Julian Assange; o presidente e a primeira-dama dos Estados Unidos, Barack e Michelle Obama, e o cantor adolescente Justin Bieber.
No ano passado, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também figurou no ranking da Time.
Inconfidente
A presidente Dilma participou ontem das homenagens do Dia de Tiradentes, em Ouro Preto (MG), e traçou paralelos entre a luta dos inconfidentes mineiros no século 18 e o combate à ditadura militar (1964-1985).
Os restos mortais de três inconfidentes foram sepultados ao lado de outros mártires no museu que existe na cidade em homenagem ao movimento. O museu fica em frente à praça onde partes do corpo de Tiradentes foram expostas à população em 1789.
Dilma lembrou que os inconfidentes que tiveram os corpos recém-sepultados morreram na África e disse: "Eles foram exilados por haverem se atrevido a desejar um Brasil independente. Na nossa história, muitos tiveram que se exilar por desejar também liberdade e democracia".
A presidente disse ainda que cada conquista do povo brasileiro é reflexo do sonho dos inconfidentes e lembrou de sua prisão pelos militares.
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