A presidente Dilma Rousseff disse ontem, durante a convenção nacional do PMDB, que a parceria entre petistas e peemedebistas terá "vida longa". Mas, em um discurso de 45 minutos, não garantiu que seu atual vice-presidente, Michel Temer, será mantido no mesmo posto na chapa para a reeleição, no ano que vem. Há quem aposte que Dilma poderia trocar Temer pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB).
Num discurso escrito, sem improvisos, Dilma elogiou longamente o PMDB, considerado por ela como o partio "da estabilidade" e "da governabilidade". Elogiou ainda Temer pessoalmente. "O PMDB me ajuda a governar e, sobretudo, me deu uma de suas maiores contribuições: o vice-presidente Michel Temer, que divide comigo a responsabilidade pela condução do país, e reforça com as suas qualidades de político competente, sério e excepcional negociador a capacidade de articulação do governo", disse a presidente.
Michel Temer, candidato único à presidência nacional do PMDB, disse que a aliança entre seu partido e o PT é "indestrutível". "Esta chama incendeia todos os corações do PMDB e tenho dito, com muita frequência: vamos manter essa aliança indestrutível PT-PMDB", afirmou Temer.
A relação entre PT e PMDB ficou mais tensa nos últimos dias em função de uma disputa no Rio de Janeiro. O PMDB tem planos de eleger para o governo do estado o atual vice-governador Luiz Fernando Pezão, mas o senador Lindbergh Farias (PT) lançou sua pré-candidatura.
O ex-presidente Lula mandou uma carta aos peemedebistas, lida na convenção pelo presidente nacional do PT, Rui Falcão. Lula disse que "PT e PMDB têm promovido uma verdadeira revolução democrática. Juntos, elaboramos e executamos políticas públicas que ajudaram a eliminar dezenas de milhões de brasileiros da extrema pobreza".
Em discursos na convenção nacional do PMDB, lideranças peemedebistas defenderam que o partido tenha candidato próprio à Presidência em 2018. "Temos que nos fortalecer mesmo com a reedição da chapa Dilma-Temer em 2014, mas prepararmos candidato próprio do PMDB para disputar a Presidência da República em 2018", disse o senador Valdir Raupp (RO).
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