Percepção
Menos de 1% acha que a principal qualidade da petista é a honestidade
O Instituto Paraná Pesquisas perguntou aos entrevistados qual qualidade melhor descreve a presidente Dilma Rousseff (PT). Dentre 17 opções apresentadas, a menos escolhida foi "honesta" (0,98%). Do outro lado, a mais citada foi "nenhuma" (27,39%).
Na sequência das cinco mais citadas apareceram "preocupada com os pobres"(15,16%), "trabalhadora" (10,78%), "determinada" (7,65%) e "inteligente" (5,88%) veja infográfico. Completam a lista das cinco qualidades menos citadas "responsável" (2,16%), "bondosa" (1,96%), "humilde" (1,96%) e "sincera" (1,24%).
Outra questão é sobre o "humor" do paranaense em relação às perspectivas do segundo mandato. Para 38,89% dos entrevistados, Dilma fará um governo pior ao longo dos próximos quatro anos. Para 26,47%, será melhor. Outros 31,31% disseram que vai ser igual e 3,33% não souberam avaliar. Também foi questionado qual deveria ser a prioridade de Dilma para a nova gestão. As três opções mais citadas foram saúde (42,42%), educação (13,79%) e combate à corrupção e aos escândalos na Petrobras (11,44%).
A presidente Dilma Rousseff encerra 2014 com o menor índice de aprovação entre os paranaenses desde que assumiu o 1.º mandato. De acordo com levantamento do Instituto Paraná Pesquisas, 34,9% dos moradores do estado aprovam a gestão da petista, 59,8% desaprovam e 5,29% não sabem ou não opinaram. Foram ouvidas 1.530 pessoas entre os dias 27 de novembro e 3 de dezembro e a margem de erro é de 2,5 pontos porcentuais para mais ou menos.
INFOGRÁFICO: Veja como os paranaenses avaliam a gestão Dilma Rousseff
Nas cinco sondagens anteriores feitas a partir de 2011, a aprovação mais baixa, de 41,05%, havia sido registrada em agosto de 2013, sob os efeitos das manifestações de junho. Os números indicam que os paranaenses estavam mais satisfeitos com a petista ao longo da primeira metade do mandato, quando a aprovação se manteve acima de 60%. O maior patamar, de 71,71%, foi alcançado em dezembro de 2012.
A queda da aprovação se deveu, segundo o diretor do Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo, ao desgaste sofrido por Dilma durante a campanha eleitoral e, depois disso, pelo escândalo da Petrobras. Por último, ele ressalta o componente local do conflito entre ela e o governador do Paraná, Beto Richa (PSDB). "A imagem de que o governo dela perseguiu o Paraná colou."
Durante a campanha, Richa afirmou ser vítima de um boicote do governo Dilma nas negociações para a liberação de empréstimos que totalizavam R$ 1,9 bilhões e pelos baixos investimentos federais na comparação com outros estados. O discurso ajudou a consolidar a vitória expressiva de Aécio Neves (PSDB) no estado, com 60,98% dos votos válidos contra 39,09% da petista.
Se o 2.º turno tivesse sido realizado no período da atual pesquisa, Dilma correria o risco de ter um desempenho ainda pior. Do total de eleitores que votaram nela, 11,63% disseram que não repetiriam a escolha. Dos que não votaram na petista, 4,34% declararam que mudaram de ideia. "O quadro atual está ainda mais difícil para a presidente do que na eleição porque ela está sem espaço nos meios de comunicação, enquanto é bombardeada pelas denúncias de corrupção na Petrobras. Durante a campanha, Dilma ainda contava com a exposição do horário eleitoral", diz o cientista político da UFPR Ricardo Costa de Oliveira.
Na comparação da sondagem do Paraná Pesquisas com o levantamento nacional do CNI/Ibope divulgado no dia 17 de dezembro, os paranaenses aparecem como menos satisfeitos com Dilma do que a média do país. Segundo a pesquisa CNI/Ibope, a aprovação dos brasileiros em relação à administração atual subiu de 48%, em setembro, para 52%, em dezembro.
Para Hidalgo, a petista vai começar o 2.º mandato diante de um dilema: recuperar a imagem em estados como São Paulo e Paraná ou concentrar esforços onde é mais bem avaliada, como no Nordeste. "Não vai ser fácil, mas há caminhos. Ela vai precisar ser uma 'Super-Dilma', a presidente parceira dos prefeitos e do governador", diz Hidalgo.
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