A presidente Dilma Rousseff manifestou nesta quarta-feira (30) ao governador de Sergipe, Marcelo Déda, preocupação com o atraso na votação da proposta de prorrogação da Desvinculação das Receitas da União (DRU), no Senado. "É bom não esquecer que estamos dentro de uma crise grave na economia mundial e, em um cenário de crise, não podemos correr riscos", disse a presidente, segundo relato de Déda. Para a presidente, segundo Déda, é importante que todos entendam a "importância estratégica" da aprovação da DRU, neste momento.
Dilma ressaltou ao governador que os R$ 62 bilhões que o governo teria para investir em setores importantes, onde fosse necessário, sem amarras constitucionais, como prevê a DRU, seriam considerados "uma âncora a mais para a economia do Brasil usar para enfrentar a crise".
Ela condenou também a condição imposta por partidos da base de aprovação da DRU mediante a liberação de recursos para a educação e votação da emenda 29, que assegura recursos para a saúde. Para a presidente, é "muito complicado" misturar dois assuntos diferentes, todos importantes, como educação e saúde, com a DRU.
"São temas relevantes que têm de ser debatidos. Mas, condicionar a aprovação da DRU a essas situações pode terminar prejudicando a votação da DRU e com gravíssimas consequências para o país, em um momento em que a economia mundial atravessa uma grande crise", teria comentado a presidente, conforme relatou o governador, em entrevista no Palácio do Planalto, após a audiência.
Déda prometeu conversar com parlamentares do seu Estado e do partido para que eles apressem a aprovação da DRU. "Vamos conversar", afirmou Déda, que reconhece a importância da prorrogação da medida como mais um instrumento para "resistir às possíveis consequências de uma crise que tem se manifestado intensa e tem se alargado a cada dia em especial na Europa".
Sobre as manifestações da oposição de que a aprovação da DRU seria dar um cheque em branco para o governo, Déda reagiu: "é preciso despolitizar o discurso. A oposição, quando era governo, recebeu vários cheques em branco desses sem exigir que ele fosse preenchido". Para Déda, a oposição "precisa apresentar alternativas e não ser irresponsável" em relação a um tema tão importante.
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