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Em entrevista ao jornal turco "Today's Zaman", publicada nesta quinta-feira em Ancara, a presidente Dilma Rousseff evitou comentar a possibilidade de uma ação mais ativa por parte da Organização das Nações Unidas (ONU) contra a Síria. Na terça-feira, o Brasil, mais uma vez, absteve-se na votação no Conselho de Segurança de uma resolução que condenava a Síria pela brutal repressão a manifestantes contra o regime do ditador Bashar Assad. Dilma chega nesta quinta-feira à noite a Ancara para uma reunião com o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, e para participar do encerramento de um seminário empresarial Brasil-Turquia.

Ao ser perguntada sobre sua visão pessoal a respeito das turbulências na Síria e na chamada Primavera Árabe (cujas revoltas resultaram, até agora, na queda dos ditadores da Tunísia e do Egito e no reconhecimento de um governo transitório na Líbia), Dilma não falou das razões que têm levado o Brasil a se abster, sucessivamente, na ONU sobre a questão.

Antes de não votar favoravelmente a sanções contra a Síria, o Brasil também tinha adotado a mesma posição a respeito da Líbia e só reconheceu o governo interino deste país depois que a própria ONU, em sua grande maioria, havia decidido pela questão.

"Todas as nações devem encontrar um caminho legítimo e eficaz para ajudar aquelas sociedades que clamam por reforma. Nós repudiamos a brutal repressão às populações civis. E continuamos convencidos de que para a comunidade internacional o uso da força tem de ser sempre a última opção", afirmou.

Apesar de dizer que Brasil e Turquia têm atuação semelhantes com seus vizinhos, no que ela classifica de "problema zero", a Turquia tem endurecido o discurso contra a Síria. Em visita à África do Sul, nesta semana, o primeiro-ministro turco deixou claro que é favorável a que a ONU adote ações contra a Síria.

As Forças Armadas turcas, inclusive, farão exercícios militares na fronteira com a Síria. A Turquia também está com as relações estremecidas com Israel, tendo retirado, inclusive, seu embaixador do país judeu.

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