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A presidente Dilma Rousseff exaltou a "moderação" e o "respeito à hierarquia" do novo ministro da Defesa, Celso Amorim, ao empossá-lo no cargo nesta segunda-feira, após a saída do ex-titular da pasta Nelson Jobim após uma série de declarações polêmicas.

Dilma também tentou aproximar Amorim, ex-chanceler do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, dos militares e disse que o novo ministro dará continuidade aos projetos já em andamento na Defesa.

"Celso Amorim tem qualidades pessoais que o aproximam muito dos senhores militares de longa formação", disse Dilma durante a cerimônia de posse, no Palácio do Planalto.

"Cultura e preparo técnico, coleguismo e solidariedade no ambiente de trabalho, moderação nas manifestações públicas, elegância no relacionamento, profissionalismo e método na atividade como homem público e, sobretudo, disciplina e respeito à hierarquia", afirmou.

Jobim, que ocupara o mesmo cargo no governo Lula, não participou da cerimônia e esteve ausente nos discursos de Amorim e Dilma. Ele pediu demissão do cargo de ministro na quinta-feira, após a divulgação de entrevista na qual criticava as ministras Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e Ideli Salvatti (Relações Institucionais), na última de uma série de declarações polêmicas sobre o governo.

Segundo uma fonte próxima ao ex-ministro, que pediu anonimato, Jobim estaria com suspeita de dengue, por isso não compareceu.

Ao ser empossado, Amorim declarou que o cargo "não oferece espaço à pretensão". "De maneira serena, cabe a mim neste momento mais ouvir do que falar", avaliou.

"Soldado bem alimentado"

Amorim citou a necessidade de obter recursos para modernizar as Forças Armadas. A Defesa foi uma das áreas mais afetadas pelo corte no Orçamento anunciado neste ano pelo governo --perdeu 4,2 bilhões de reais.

O novo ministro assume com o desafio de definir, já nesta semana, quais áreas serão atingidas pela redução de gastos.

"Você precisa de um soldado que seja um soldado bem alimentado e tranquilo, E para isso ele precisa estar bem de vida. E você precisa de equipamento. Não há como você ter uma dissuasão eficaz no mundo de hoje sem equipamento", disse ele a jornalistas após a cerimônia

Entre os principais projetos em andamento na pasta, está a compra de caças para a Força Aérea Brasileira, que foi suspensa neste ano por Dilma diante das restrições orçamentárias. Quando chanceler, Amorim já se manifestou favorável à escolha dos caças Rafale, fabricados pela francesa Dassault.

Também estão na disputa o F-18 Super Hornet, da norte-americana Boeing, e o Gripen NG, da sueca Saab.

"Não ignoro a centralidade da questão orçamentária... Cabe a mim empenhar-me em obter os recursos indispensáveis ao equipamento adequado das Forças Armadas", disse.

"Há um descompasso entre a crescente influência internacional brasileira e a nossa capacidade de respaldá-la no plano de defesa. Uma não será sustentável sem a outra", avaliou.

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